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Copa amplia interesse de colombianos pelo português

A realização de uma Copa do Mundo no Brasil aumentou o interesse dos colombianos pelo português brasileiro. Em Bogotá, o Instituto Brasil-Colômbia (Ibraco), que já era considerado a maior escola de ensino do português brasileiro no exterior, com mais de 5,3 mil matrículas por ano, teve dificuldade de encontrar professores brasileiros para suprir a demanda no primeiro semestre.

Com a proximidade do Mundial, o instituto teve de criar um curso focado na Copa. O material didático exclusivo, intitulado “O Brasil é Aqui”, foi criado para aproveitar o interesse no idioma, despertado pele evento. O curso tem o futebol como tema central e aborda ainda as características culturais de cada uma das cidades-sede do campeonato.

“Usamos uma abordagem comunicativa e aproveitamos cada cidade para mostrar a comida regional e a música dentro das aulas de português”, explicou a brasileira Karen Vieira, professora do Ibraco.

O curso da Copa foi oferecido a colombianos que viajarão para o Brasil a turismo e também a trabalho. A rede privada de TV e Rádio Caracol, uma das maiores da Colômbia, fez um convênio com o instituto, e professores brasileiros montaram turmas para ensinar o português aos jornalistas e profissionais das emissoras que irão acompanhar o campeonato.

Para a jornalista Darcy Quinn, âncora de um dos programas de rádio da empresa, as aulas foram importantes para “treinar” o ouvido e assimilar palavras cotidianas do futebol. “Foi bom para que pudéssemos nos ambientar regionalmente. Eu só conhecia o Rio de Janeiro e sabia pouco de outras partes do Brasil”, destaca.

No curso, ela descobriu semelhanças entre brasileiros e colombianos. “Somos muito parecidos, gostamos de festa e acho que a Copa é um momento de a gente olhar para o vizinho”, destaca.

Darcy disse que ainda não aprendeu a falar português e brincou: “Vejo vocês no Brasil, para falar portunhol!”.

Para a diretora acadêmica do instituto, Beatriz Miranda, o principal legado da competição será ampliar o vínculo com o país vizinho. Embora o interesse pelo português já existisse antes, com a Copa, a procura foi ampliada.

Além das aulas no Ibraco, há turmas em universidades e em 40 empresas. “Dentro do instituto, faltam salas de aulas e professores”, relata.

Mesmo para quem já estudava português antes, o torneio no Brasil acabou se tornando um desafio para praticar o idioma. A administradora Angela Ortizo, 35 anos, está no sexto nível do curso regular. Já fala e entende bem o português, mas diz que aproveitou o Mundial para conhecer mais as cidades em que a seleção da Colômbia disputará partidas – Brasília, Belo Horizonte e Cuiabá.

“Não tinha ideia do que é a comida de Minas Gerais, agora quero provar. E já sei que em Mato Grosso tem uma chapada muito bonita, que é a dos Guimarães”, diz, com desenvoltura. Angela vai para Cuiabá com o pai, que completará 60 anos durante a Copa. “Será a nossa viagem dos sonhos”, diz.

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