Covid – Ninguém está imune – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO – por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

COVID – NINGUÉM ESTÁ IMUNE

Em 31 de dezembro de 2019 a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhau, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que ainda não tinha sido identificado em seres humanos.

Em 7 de janeiro de 2020 as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de vírus. Ao todo, 7coronavírus humanos foram identificados, o mais recente recebeu o nome de SARS-CoV-2, responsável por causar a COVID-19.

A Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) tem emprestado apoio técnico e recomendado o sistema de vigilância alerta para detectar, isolar e cuidar precocemente os infectados.

É a sexta vez na história que uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é declarada. As outras foram:
25 de abril de 2009: pandemia H1N1;
5 de maio de 2014: disseminação internacional do pólio vírus (poliomielite humana);
8 de agosto de 2014: surto de Ebola na África Ocidental;
1 de fevereiro de 2016: vírus Zica e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas; 18 de maio de 2018: surto de Ebola da República Democrática do Congo.

Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia, reconhece que existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo.
Após dois anos e sete meses ainda não se vislumbra o fim da COVID-19, várias cepas derivam da original, fato que dificulta a extinção da pandemia e novas vacinas têm de ser elaboradas constantemente. Uma única aplicação não é suficiente, eu, por exemplo, recebi quatro doses e por este motivo tenho reagido com sucesso à contaminação.
Ressalto que obedeci a todas as recomendações das autoridades científicas, não ao descalabro recomendado pelo governo brasileiro com seu inútil Kit-covid. Isolamento, vacinas (quatro doses), máscaras ao contatar com o público e, principalmente, evitar contato com os infectados. Debito a esses cuidados levados ao extremo os sintomas de pouca intensidade. Mesmo a febre teve apenas um pico de 37,5º, prontamente controlado com 1 gr de dipirona mono hidratada. Resguardo, antitérmico, anti-histamínico, e antivirais usadas no combate à gripe H1N1. Sim. Kit-covid? Nem pensar. A perspectiva de negativar é prevista para o teste que farei no dia 25 de julho.

Importante: assim que positivei, alertei todos os moradores do prédio e mantive distanciamento absoluto, bem como os familiares também positivados, não é aceitável que pessoas com vírus ativo arrisquem contaminar os vizinhos, também devem evitar sair do domicílio para adquirir medicamentos, alimentos e que tais deve-se recorrer à tele-entrega ou recebidas sem contato direto.

Aos negacionistas que esnobam as vacinas, reitero que sou um exemplo paradigmático da eficiência do resguardo, das vacinas e de uma alimentação adequada. Medicação apenas para combater os sintomas, inclusive a febre. Sou um paciente de alto risco, idoso (86 anos), diabético, hipertenso, uma tríade de peso que consegui contornar.

As multidões que se aglomeram sem máscaras e mantém um contato direto nas ruas, em estabelecimentos comerciais, estádios de futebol, templos e quaisquer similares são um acinte, servem para prolongar a pandemia, criar novas cepas e espraiá-las. Não há nenhuma desculpa para os que usam e abusam da irresponsável aglomeração.

Sim, é verdade que profissionais da saúde, da segurança, do comércio (principalmente farmácias), transporte, limpeza pública e tantos outros não podem evitar contatos. São verdadeiros heróis e devemos ter a máxima consideração para com eles. Quantos adoeceram e perderam inclusive suas vidas para nos permitirem viver? Pensem nisso e não aumentem os riscos que correm com a irresponsabilidade vergonhosa.

Não importa a origem da pandemia, ela existe e temos de combater sua propagação, é fundamental a nossa colaboração. O local de origem do vírus não muda o “status quo”.
Cometemos um erro crasso no início, permitimos que pessoas contaminadas circulassem mundo afora e propagassem uma pandemia que vitimou milhões de pessoas. Impossível evitar dizem os desinformados (para usar um termo politicamente correto), NÃO É VERDADE! Exemplifico:

O Ebola, doença mortal (letalidade de 25% a 90%) é causado pelo vírus Ebola, causa hemorragias letais. Oriundo inicialmente do Zaire, teve surtos detectados na África Subsaariana. Sendo tão letal, por que não causou uma pandemia? Elementar meu caro Watson, como diria Sherlock Holmes. Quando surgiu, TODOS os que tinham de entrar em contato com infectados se protegiam com vestimentas absolutamente indevassáveis, pareciam astronautas. Os contaminados, SOB NENHUMA HIPÓTESE podiam se deslocar, permaneciam isolados em locais que só podiam ser acessados por profissionais da saúde. Não se deslocando, não espalharam vírus. Elementar meu caro Watson.

Por que não foi usado o mesmo processo para a COVID-19?

ESTA É A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR.

P.S.: Quando, em Manaus, uma nova cepa foi detectada e faltou oxigênio para os pacientes, foram enviados para locais onde pudessem ser tratados. Desculpem a palavra, foi uma BURRICE. Em vez de enviar oxigênio para onde havia infectados, transportou-se infectados para onde havia oxigênio e… os vírus se espalharam.

Quando escrevi isso numa coluna recebi 16 respostas desaforadas. O mínimo que diziam era: “Não tens o mínimo de consideração para com os doentes, eles precisam ser tratados”. É evidente que precisam, porém, mais fácil, mais barato, mais seguro é levar tubos de oxigênio aos hospitais carentes.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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