Desagravo à educação e à cultura

“Joga pedra na Geni!
Joga bosta na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!”
(Geni e o Zepelim –  Chico Buarque de Holanda)

Conceituar cultura não é uma tarefa fácil. A cultura deve ser considerada como o conjunto dos traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que abrange, além das artes e das letras, os modos de vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas de valores, as tradições e as crenças. É a expressão da construção humana. A cultura é construída através do diálogo entre as pessoas no dia a dia. Nessa interação social são construídos gradativamente símbolos e significados que têm sentidos a essas pessoas, e são compartilhados entre elas. A construção de uma cultura está repleta de elementos e significados que vão identificar esse povo como pertencente a uma determinada comunidade ou região, diferenciando-os de outras comunidades. Surge assim, a identidade cultural.

Partindo dessa definição de cultura, é possível observar a importância da diversidade e pluralidade cultural nos dias de hoje.

O Brasil já é, de berço, um país étnica e culturalmente plural. Ao longo de sua existência, a complexidade das relações culturais acabou por criar os chamados “Brasis”, que nada mais são do que diversas culturas similares em um mesmo Estado/Nação.

O Brasil, nesse cenário, tem muito a mostrar para o mundo. E Capão da Canoa também, por que não? É um país diverso e plural desde a gênese. Porém, tem muito a aprender, pois ainda não explorou suficientemente seus valores culturais.

O entendimento do significado de cultura subsidiará a compreensão das raízes culturais. Quando nos referimos às raízes culturais estamos nos referindo à sua origem, principio, ou seja, a forma como foi construída a cultura de um povo, o que determina que alguns elementos ou algumas manifestações culturais sejam considerados tipicamente desse povo.

O individuo deve estar aberto e receptível ao novo. Deve-se conhecer e experimentar as outras culturas como forma de valorizar a diversidade cultural dos povos e como enriquecimento cultural.

 Um povo que não tem cultura acaba se perdendo no meio da multidão. São exatamente nossas raízes culturais, familiares, sociais, que nos distinguem dos demais e nos dão uma identidade de povo. Percebe-se a importância de se conhecer as raízes da própria cultura para que haja a formação de identidade, no propósito de se definir enquanto cidadão sabendo situar-se na sociedade.

A cultura é construída a partir das ações e inter-relações sociais. As pessoas fazendo parte de uma sociedade acabam interagindo umas com as outras, trocando ideias, conhecimentos. Desse relacionamento deriva a cultura desse povo, que foi construída passo a passo. Juntos, constroem uma história de vida, onde os hábitos e costumes, manifestações, expressões, sentimentos e outros estão inseridos, identificando cada componente dessa sociedade determinando o seu modo de viver e de ser.

Quem não vive as próprias raízes não têm sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro. Nós não precisamos ser conservadores, nem devemos estar presos ao passado. Mas precisamos ser legítimos e só a cultura nos dá legitimidade.

São por estas razões que não compreendemos o que algumas “luminosas” cabeças do staff municipal caponense (provocação?) fizeram ao promover eventos diametralmente opostos nos mesmos horários e datas. Transfiguraram a Feira do Livro de Capão da Canoa em autêntica Gata Borralheira.

Na história da Gata Borralheira, sabemos todos, existem mais protagonistas. A Madrasta, por exemplo, é uma!

A Madrasta! Chamem a Madrasta ao “palco”!

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