Dilma afasta hipótese de medidas mais duras para combater impactos da crise
Para Dilma, medidas que chamou de “extremamente recessivas” foram executadas nos anos de 1980 e 1990 no Brasil e geraram resultados negativos. Segundo ela, os ajustes adotados naquela ocasião levaram à “estagnação e ao desemprego”.
“O Brasil está fazendo o que é possível para reduzir os impactos da crise [econômica internacional]”, disse a presidenta.
“Os países devem agir para evitar que seus povos vivam o desemprego e perdas dos direitos sociais”, acrescentou, depois da reunião com o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme.
Dilma disse ainda que, apesar das dificuldades causadas pela crise econômica internacional, o Brasil consegue dar continuidade aos programas de desenvolvimento.
“Mesmo durante a crise econômica seguimos desenvolvendo”, disse ela. “[O nosso] crescimento econômico coincide com a inclusão social e o empenho tecnológico.”
A presidenta e o primeiro-ministro se reuniram por cerca de uma hora hoje, na sede do governo belga, quando a crise econômica internacional dominou a conversa. Segundo Leterme, os governos devem adotar medidas que mantenham o poder de compra e a capacidade de crescimento econômico de suas regiões.
Leterme evitou opinar sobre a possibilidade de os países do Brics – grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul – ajudarem os europeus que sofrem de maneira mais intensa os efeitos da crise.
Segundo o primeiro-ministro, essa deve ser uma decisão tomada pelo conjunto da União Europeia.
A Bélgica vive há cerca de um ano e meio um momento político atípico. O atual primeiro-ministro pediu demissão, depois houve uma insistência do rei belga Alberto II e ele retornou ao cargo, estando interinamente no poder.
A polêmica que cerca o governo belga é a tensão que envolve os francófanos (descendentes dos franceses) e os flamengos (descendentes dos holandeses).