É tudo uma questão de bom senso

Às terças-feiras participo, juntamente com outros três, como convidado do programa “Ponto de Vista”, da Rádio Horizonte, de Capão da Canoa. O “Ponto”, para quem não sabe, é um programa diário (à exceção dos sábados, domingos e dias feriados), de opinião. Por isso, tudo o que ali, em volta da mesa (ou da bancada), é dito por cada um de seus convidados, é da responsabilidade de quem o diz.

Além de participante, sou, nos demais dias da semana, espectador. Como tal, “inventei” o meu “cadastro de convidados”: nele há os Afetivos e os “Efetivos” (que transformam, muitas vezes, o ouvinte e a cadeira em que sentam como suas exclusivas “propriedades” cativas); estes (os “Efetivos”) sequer têm o beneplácito, ao longo dos anos e anos em que ali se encontram – senão para consigo mesmo, para com o público – de se concederem uma temporada de “férias” dos microfones. Eu mesmo, já estou próximo de completar quatro anos na mais democrática bancada de Rádio do Litoral Norte, o que implica, logo, logo, que irei presentear aos ouvintes com um período sem escutarem minha voz e, sobretudo, minhas opiniões. Isso será salutar para mim, para o programa e, sobretudo, para o público, generoso e fiel ouvinte.

Tenho, desses quatro anos, lembranças de programas que realmente “bombaram”, haja vista a interação – por telefone ou por internet – alcançada com o público. Num deles, uma senhora entrou no ar e, via telefone, indagou ao âncora quando terminaria aquele “Manhattan Connection”, referindo-se à pauta de assuntos internacionais e nacionais que eu colocara em discussão.

É óbvio que, exatamente pelo seu teor democrático (e, por assim ser, há de se evitar a “ordem unida”, quer seja, cada um “politicamente correto” falando quando chamado, sem permitir à parte e aceitar o contraditório), os temas abordados hão de ser ecléticos, desde a crítica ao buraco da mais erma rua da cidade até a opinião (sem que este posicionamento receba a pecha de “Manhattan Connection”.) do que significará à reeleição (ou não) do Barak Obama e a crise da União Europeia para a política econômica e o comércio exterior do Brasil; desde o abraço ao parente lá em Três Forquilhas, a mais terna declaração à mulher amada. Mas, por favor, não exageremos!

E, tendo isto afirmado, vale, também, para esta coluna, que ora se recolhe para umas merecidas férias, abrindo espaço aos novéis aspirantes de escriba que “rabiscam” seus primeiros textos no Litoralmania.

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