Ele é o cara?

Aproveitando-se das declarações elogiosas do presidente dos EUA, Barack Obama, dizendo que Lula era “o cara”, e do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que defendeu a entrada do brasileiro no Conselho de Segurança da ONU, de simples insinuações a movimentos dignos de campanha eleitoral, é cada vez mais palpável a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva se candidatar ao cargo de secretário-geral da ONU.

Lula, no entanto, não pode se esquecer da desastrada viagem a Cuba, ocasião em que fora visível o deslumbramento e o desvelo em homenagear o veterano ditador cubano, contrastando com o silêncio sepulcral diante da mais antiga ditadura do mundo ocidental, tanto mais chocante quando a paparicagem coincidia com a morte do preso político Orlando Zapata ao cabo de 85 dias de greve de fome.

O fato repercutiria no mundo e o presidente brasileiro permanecia mudo. Em razão de suas posteriores viagens a outros países, Lula viu-se levado às falas, mas para dizer que “temos de respeitar a determinação da justiça e do governo cubano, de prender em função da lei de Cuba”.

A emenda foi pior que o soneto. Para o diário, o estilo pessoal do presidente brasileiro e sua capacidade para manter relações amigáveis com todos os lados – com a China e com os Estados Unidos, com o Irã e com Israel – elevou seu reconhecimento internacional. Agora, equiparar um preso político em greve de fome na ilha de Fidel com um homicida, traficante, estelionatário, estuprador, assaltante, que esteja a cumprir pena em São Paulo ou outro lugar, é uma licença que transcende todos os limites do senso comum. Como era de esperar o efeito foi deplorável.

Luiz Stalinácio desconheceu que não pode haver justiça num país encarcerado, onde a “suspeita” legitima a prisão, onde a divergência com a estrutura montada pela ditadura cinquentenária é delito, onde só existe um partido e a liberdade de imprensa é nenhuma?

Secretário Geral da ONU? Estamos, definitivamente, perdidos!!!

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