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Eleições, guerras e caçadas

Estamos em época similar à que inspirou Otto von Bismarck a dizer:

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante as guerras e depois das caçadas”.

Preparemo-nos para filtrar, com extremo cuidado, o que os marqueteiros políticos tentarão nos impingir. Quais boxeadores que não respeitam regras, os golpes baixos serão a tônica das campanhas. TODAS! Hoje ouvi e não sabia se devia rir considerando piada, ou chorar por me considerarem néscio:

“Comparem a inflação recebida de FHC – 12,5% – com a atual”.

Convenientemente foi desconsiderado que Itamar e FHC domaram o “dragão da inflação” com o Plano Real, que teve sua trajetória possibilitada pela URV. De 1.262,69% (IGP-M) antes, para 9,24% depois (ver gráfico anexo). Em 1.992 a inflação era de 1.119,096%, calculada pelo IPC (ver gráfico comparativo com outros países).

Não podemos sequer imaginar a que altura ela estaria atualmente não fosse o fato do plano vingar, ao contrário dos anteriores. Possivelmente lembraríamos a inflação alemã de dezembro de 1.923, que chegou a 1 bilhão% anual. O dólar americano valia 4,2 trilhões de marcos e o Reischbank já havia emitido 496,5 quintilhões de marcos fazendo com que cada cédula valesse 1trilionésimo do que valia em ouro em 1914. Como pôde uma nação europeia que se orgulhava do seu alto nível de educação e cultura sofre tão vasta, completa e abrangente destruição do seu dinheiro?

“O argumento enganoso de negar a presença da inflação em termos de poder de compra ainda não foi levantado. Espera-se que ele surja em momentos posteriores, quando as autoridades estarão desesperadas por qualquer justificativa que prometa lhes livrar a cara”.

Extraído do livro “The Age ofInflation” escrito por Hans Sennholz, em 1979. Mas, seria fácil acreditar que ele tivesse sido escrito nos dias atuais. A incompetência dos políticos na gerência de questões monetárias é tamanha que o assunto inflação se tornou atemporal, não importa o texto, ele será sempre atual.

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