Em quatro meses, 25 militares brasileiros contraíram malária
De acordo com o coronel Carlos Eduardo Parra, médico da missão brasileira, a malária causa mais preocupação do que o cólera, não só porque afeta mais os militares, mas também porque o tipo da doença existente no Haiti, provocada pelo microorganismo Plasmodium falciparum, é a forma mais agressiva. “É claro que nos preocupamos com todas as doenças. Mas, para mim, a malária é prioridade número um”, disse Parra.
Ele informou que as tropas brasileiras tentam evitar os casos da doença na base militar da capital haitiana, Porto Príncipe, por meio de medidas como a distribuição de repelentes de mosquitos, o uso de fumacê no acampamento para matar os transmissores da malária e a ingestão semanal, pelos soldados, da mefloquina, substância que pode evitar ou abrandar a doença.
Também há um trabalho de conscientização dos militares para que tomem medidas preventivas, desde o início do treinamento ainda no Brasil. No Campo Charlie, onde fica baseada a tropa brasileira, há cartazes espalhados com orientações como a de que os militares evitem andar sem camisa nos horários em que o mosquito costuma estar ativo (das 5h às 7h e das 17h às 19h).
A malária sempre preocupou os militares brasileiros, desde que a Minustah se instalou no país caribenho em 2004. De acordo com o médico, nenhum dos 25 casos dos últimos quatro meses foi grave, mas na história das tropas brasileiras no Haiti já houve casos complicados, com a necessidade de remoção de pacientes para hospitais mais bem equipados no exterior.