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Embaixada diz que aguarda orientação para se manifestar sobre espionagem

Após uma hora de reunião, hoje (8), em Brasília, sobre a existência de um sistema de espionagem de telefonemas e e-mails de cidadãos brasileiros por parte de agências de informação do governo norte-americano, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou à Agência Brasil que aguarda “instruções de Washington” para se manifestar. O governo norte-americano havia informado ontem (7) que não responderá publicamente ao pedido de esclarecimento apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores sobre o tema.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, está hoje em Belo Horizonte para uma palestra sobre política externa na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ontem, o chanceler disse que foram solicitados esclarecimentos aos Estados Unidos por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington e também ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil.

Patriota admitiu que recebeu com “grave preocupação” as informações de que contatos eletrônicos e telefônicos de cidadãos brasileiros estariam sendo monitorados. O ministro disse que o governo do Brasil apresentará iniciativas na Organização das Nações Unidas (ONU) pelo estabelecimento de normas claras de comportamento para os países quanto à privacidade das comunicações dos cidadãos e a preservação da soberania dos demais Estados.

O Itamaraty pretende ainda pedir à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações. As informações sobre espionagem a cidadãos brasileiros vieram à tona a três meses da primeira visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos. A visita da presidenta está prevista para 23 de outubro e foi confirmada pelas autoridades. A visita de Estado é considerada pelos norte-americanos como especial por ser autorizada apenas a alguns parceiros.

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, está prestes a deixar o cargo. Para o lugar dele foi designada a diplomata Liliana Ayalde. A informação foi confirmada há um mês, mas por enquanto não há data para a substituição ocorrer. Ayalde é atualmente secretária-assistente adjunta de Estado para Cuba, América Central e Caribe, no setor de Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado Americano.

Por intermédio de e-mail, o Departamento de Estado norte-americano havia informado que dará resposta apropriada à demanda brasileira. “O governo dos Estados Unidos vai responder apropriadamente a nossos parceiros no Brasil pelas vias diplomáticas e de inteligência. Não vamos comentar publicamente ou especificar supostas atividades de inteligência. Como política, deixamos claro que os EUA obtêm inteligência estrangeira do tipo coletado por todas as nações”, diz o texto.

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