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Enchentes fazem cidade alagoana mudar de local

Nascida às margens do Rio Mundaú, o município alagoano de Branquinha, a cerca de 80 quilômetros de Maceió, deve mudar de lugar em virtude do desastre provocado pela forte enxurrada, ocorrido no último sábado (19). No total, seis pessoas morreram e sete estão desaparecidas. Para fugir do risco constante de inundação, a prefeita da cidade, Renata Moraes (PMDB), quer reerguer o município, de 11 mil habitantes, ao lado da BR 104, longe das águas do antigo vizinho.

Segundo ela, um produtor local de cana-de-açúcar se dispôs a dar a quantidade de terra necessária para construir casas, escolas, postos de saúde, a delegacia e os demais prédios públicos destruídos pelas chuvas. “Já tínhamos um terreno de um hectare para construção de casas com recursos do programa Minha Casa Minha Vida. Agora, vamos usar o terreno doando para reconstruir toda a estrutura administrativa do município e as casas daqueles que estão desabrigados”, disse a prefeita à Agência Brasil.

Cerca de seis mil pessoas, quase a metade dos habitantes de Branquinha, foram atingidos pelas enchentes. Todos os prédios públicos foram ao chão com a força da enxurrada. Emergencialmente, a casa da prefeita foi transformada em posto de recebimento e distribuição de mantimentos às vítimas.

Em uma casa de quatro cômodos estão abrigadas 11 famílias, ou quase 40 pessoas, que perderam tudo por causa da chuva. “Foi tudo muito rápido. Tivemos que sair correndo apenas com a roupa do corpo”, disse Nivaldo Silvestres da Silva, que ao lado da esposa e do filho está abrigado no local.

Pelas ruas da cidade, há um intenso movimento de tratores, e caminhões tentam retirar a lama que invadiu praticamente todas as vias. Alguns sobem aos telhados para varrer a sujeira levada pela chuva para cima das casa. Do segundo andar de sua casa, o estudante Alan Nascimento colocava para secar o que sobrou após a enchente.

“A água cobriu todo o primeiro piso e ainda subiu dois palmos do segundo”, contou ao lado da mãe que ainda limpava a sujeira. “Nunca houve uma cheia tão violenta na cidade”, acrescentou.

Para ajudar aqueles que perderam tudo, a prefeita de Branquinha fez um apelo para que algum fazendeiro ou empresário ceda um espaço para abrigar os alimentos, a água e roupas que chegam. “Faço um apelo para que doem um espaço. Atualmente, não temos um local para abrigar as doações.”

Segundo ela, com a destruição dos bancos, ainda não foi possível criar uma conta para receber doações em dinheiro para o socorro às vítimas.

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