Afinal, está aberto o açougue: BBB12! E crer que há quem assistiu a todos! Fazer o quê? Nesta republiqueta, onde imortalidade é exclusividade do Sarney e impunidade do Jader Barbalho – o rei do cangaço –, há quem adore uma acefalia televisiva! BBB12! Ali tem acém, mondongo, bucho, chuleta, rabada e maminha!
Banido há mais de dez anos dos países que ousaram apresentar esse reality show somente por algumas poucas edições, o Grande Irmão Global comprou os direitos até 2020. À empresa holandesa “Endemol”, criadora do programa – pasmem! –, mostrou-se significativamente surpresa ao saber que nas terras tupis-guaranis ele ainda é apresentado em horário nobre.
O que esperar de uma Rede, com poderoso poder de fogo inigualável, em que seu diretor-mor, José Bonifácio Sobrinho, o “Boni”, ao iniciar cada reunião de pauta de novos programas incita os executivos com o bordão “E aí, galera, está na hora do Brasil emburrecer!”?
Ante toda a realidade – o tráfico dominando as cidades, a bandidagem política transformando o Parlamento, as Assembleias, as Câmaras e os Paços Municipais em “capitanias hereditárias”, o Judiciário visto sob o manto da suspeição, a Dilma sem “cortar o cordão” com o “cumpanhêro” Lula (e eu me iludindo de que ela faria brilhante carreira solo…), a Vênus Platinada lobotomizando o brasileiro televisivo – recordo a velha anedota em que São Pedro, questionando a Justiça Divina, indaga o Soberano Arquiteto, por que, das nações, somente o Brasil não era alvo dos tsunamis, dos terremotos, das grandes calamidades climáticas, e o Eterno responde-lhe, Pedro, você viu, em compensação, o povinho que eu coloquei lá?
Como eu disse: uma velha anedota, pois nem das insurreições da Natureza estamos mais incólumes.