EUA defendem plano de segurança para América do Sul
A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, afirmou hoje que este é o momento de os países da América do Sul criarem um sistema de segurança que cubra todas as suas fronteiras e disse que os Estados Unidos serão “parceiros nessa iniciativa”. Segundo ela, os Estados hoje estão obrigados a fazer tudo o que é possível para evitar que terroristas usem outros territórios ou mecanismos de financiamento para suas atividades.
— As fronteiras são importantes, mas não podem ser usadas como um esconderijo para terroristas, que depois vão matar civis inocentes — afirmou Rice, em entrevista no Itamaraty.
Ao lado do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, Rice também deixou claro que os EUA apóiam a iniciativa de consolidação do Conselho Sul-Americano de Defesa e disse que não vê problemas nessa iniciativa e na liderança do Brasil no processo. Em sua visita ao país, a secretária norte-americana também se encontrou hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Rice mostrou-se ciente de que o Brasil oficialmente não declara as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como um grupo terrorista, mas age como se as considerasse assim. Questionada sobre a posição do Brasil, Rice afirmou que a Colômbia claramente elogiou os esforços brasileiros “para liberar a região daqueles que matam civis inocentes”.
— Não há dúvidas da posição do Brasil — afirmou.
Segundo a secretária, os EUA não consideram que o conflito Equador e Colômbia esteja plenamente resolvido. Ela disse que o governo norte-americano observa com muita preocupação a situação e que aprecia os esforços do presidente Lula e de outros chefes de Estado para promover a reconciliação “ou pelo menos diminuir as tensões”. Para ela o caminho a ser seguido para a superação dessa crise ainda está no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA).