'EUA e Colômbia conspiram para me matar', afirma Chávez
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, aumentou a tensão com a Colômbia ao acusar o país e os norte-americanos de conspirar para assassiná-lo, num momento em que os dois países mantêm uma disputa por causa da guerrilha que atua na Colômbia.
O governo colombiano respondeu exigindo respeito de Chávez e pedindo que pare seus ataques verbais ao governo do presidente Alvaro Uribe, que é o aliado mais próximo dos Estados Unidos na América do Sul.
“O terrorista número um deste planeta se chama Bush”, diz Chávez
“Em Bogotá existem autoridades norte-americanas e militares colombianos conspirando contra a Venezuela, conspirando para me matar, conspirando para iniciar um conflito armado entre a Colômbia e a Venezuela”, disse Chávez durante visita à Nicarágua, na noite de quarta-feira (16). Washington nega a afirmação do mandatário venezuelano.
“Uribe faz o que lhe manda (o presidente dos Estados Unidos, George W.) Bush, e Bush não quer paz, quer guerra”, disse Chávez, que acrescentou que “o terrorista número um deste planeta se chama George W. Bush”.
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, aliado do venezuelano, interrompeu Chávez para perguntar o que o presidente dos Estados Unidos estaria fazendo no Oriente Médio, e ele mesmo respondeu: “incendiando essa região e batendo tambores de guerra, jogando mais lenha na fogueira contra o povo do Irã”.
O presidente venezuelano se referiu a uma nota de protesto que o comissário de paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, anunciou que enviará a Caracas, na qual, explicou Chávez, ele é acusado de violar vários artigos da carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da ONU em relação à não ingerência nos assuntos de outros Estados.
“O governo da Colômbia é um governo que está alinhado com a política do império e eu continuo não me alinhando, e se esse governo me acusa de estar violando a carta da OEA, eu acuso a Colômbia de ser instrumento e ameaça do império dos Estados Unidos contra a integração e a paz da América Latina”, disse.
“Nós também protestamos e sem nota, e se de protesto se fala vamos continuar protestando porque somos manifestantes deste mundo”, afirmou.
Ele pediu mais dados sobre essa nota ao também presente chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, que, no entanto, disse desconhecê-la.
Por várias vezes, Chávez acusou os EUA de conspirarem para matá-lo, o que Washington nega. O líder venezuelano disse agora que autoridades colombianas estão cooperando com esses esforços.
O presidente venezuelano conseguiu a libertação na semana passada de duas reféns mantidas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que decidiu libertá-las em desagravo a Chávez, após ele ter seu papel de mediador entre a guerrilha e o governo colombiano suspenso por Uribe.
“O governo colombiano pede ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, que pare as agressões contra nosso país”, disse o ministro colombiano das Relações Exteriores, Fernando Araujo. “O governo colombiano insiste que, por canais diplomáticos, pode haver diálogo.”