Excesso de chuvas prejudica plantio de culturas de verão no RS
Muitas lavouras sofreram severas enxurradas, causando perdas de sementes e fertilizantes. Nestas, deverá haver problemas de germinação devido ao encharcamento e/ou alagamento, sendo que algumas áreas exigirão o replantio.
A associação da alta umidade com temperaturas elevadas tem oportunizado o surgimento de doenças causadas por fungos de solo, com o tombamento das plântulas.
O arroz foi uma das culturas mais afetadas pelas recentes chuvas, com extensas áreas inundadas pelo transbordamento de arroios e rios. Consequentemente, o plantio ficou praticamente paralisado, avançando apenas um ponto percentual. Várias lavouras semeadas recentemente deverão ser ressemeadas. Uma preocupação dos técnicos é com a proximidade do final do período preferencial para algumas cultivares e uma possível falta de sementes de variedades mais adaptadas para esta época de final de período de semeadura.
Na zona sul do Estado, onde se situa o município de Canguçu, com a maior área plantada de feijão, aproximadamente 6 mil hectares, o desenvolvimento vegetativo da lavoura é lento e essa situação está possibilitando o avanço de doenças em razão das altas umidades e temperaturas.
O plantio, tanto na Zona Sul como na Serra, que tradicionalmente é mais no tarde, está atrasado em decorrência das chuvas, faltando cerca de 15% da área estimada nessas duas regiões. Nessa semana, no RS, a evolução do plantio foi inexpressiva, avançando apenas 1% em função do clima, chegando aos 91%, mantendo atraso de 3% em relação à média histórica.
Quebra na produção de hortifrutigranjeiros
Em várias lavouras de milho houve tombamento de plantas causado pelos fortes ventos e chuvas excessivas, tendo também ocorrido granizo em alguns pontos isolados. Devido ao quadro desfavorável, o plantio pouco evoluiu, aumentando apenas para 74% da área projetada para esta safra, contra os 73% registrados semana passada.
Com a manutenção das altas temperaturas o maior aumento foi verificado no percentual de lavouras em fase de floração que, pela boa condição de umidade, apresentam muito bom aspecto e potencial produtivo dentro do esperado.
Segue lenta a retirada da safra do trigo das lavouras. Como média geral, a colheita chega a apenas 69%, contra uma média histórica de 92%. A alta umidade, principalmente na última semana, além de dificultar a colheita, pode reduzir a qualidade do grão que, até o momento, apresentava boas perspectivas de rendimento.
Aproximadamente 31% da área cultivada se aproxima da fase final de maturação e a manutenção desse quadro de umidade elevada tende a prejudicar a qualidade do grão, desqualificando o produto.
Milho
Os problemas com o excesso de chuvas dos últimos períodos, estão causando perdas em áreas de hortigranjeiros do Estado, especialmente em plantios a descoberto. A alta umidade também tem afetado os cultivos protegidos.
Cultivares anuais, tais como o milheto e o milho que se destina à silagem, são os mais prejudicados com o atraso no plantio. Algumas lavouras terão que ser replantadas. Outra consequência negativa do excesso de umidade está na dificuldade de manejar os animais nas áreas já implantadas uma vez que o transito dos animais provocaria maiores perdas por arraquio e pisoteio das plantas, que estão em sua fase inicial de desenvolvimento.
Por outro lado, as pastagens perenes e o campo nativo se adaptam melhor ao manejo sob tais condições e, em alguns casos, principalmente as localizadas em áreas de boa drenagem, se beneficiam com a abundante oferta de água respondendo com bom crescimento da vegetação.