Jayme José de Oliveira

As ideologias, de direita e de esquerda, não nos conduzem às soluções e, sim, a conflitos que perseveram através de gerações. Pretendemos minimizar problemas? Reduzamos as desigualdades sociais, lutemos contra a corrupção com todas as forças “a coragem que os fracos abate, os fortes, os bravos, só pode exaltar” (Gonçalves Dias – Canção do Tamoio).

Eliminar os privilégios do absurdo fanatismo político e manter transparência absoluta nos gastos públicos deveria ser o escopo final.

A Democracia tem princípios que são inegociáveis.

Não compactuo com nenhum grupo extremista, penso que são todos execráveis. A esquerda se desgastou com o populismo, os escândalos e a corrupção na administração pública. Bolsonaro desgastou a direita de modo mais contundente durante o combate à Covid ao subestimar  as vacinas.

Lula desbaratou recursos do BNDES em obras faraônicas na América Latina e na África que catapultaram as dívidas a píncaros escandalosos. Enquanto isso, no Brasil, estradas permanecem em estado lastimável; portos obsoletos; metrôs, nem pensar; a ponte do Guaíba construída de modo a ser interrompida por uma grande enchente; etc., etc., etc.

Em 2018 governos do PT estavam desgastados por escândalos financeiros que geraram um forte sentimento anti-PT e a possibilidade da eleição de Bolsonaro. O “cavalo passou encilhado” mais uma vez e, novamente, não se aproveitou a oportunidade histórica, o toma-lá-dá-cá continuou vigendo, intenso como sempre. Os brasileiros foram mais uma vez enganados, resultaram desiludidos ao apoiaram o que parecia ser uma luz no fim do túnel e se metamorfoseou num poço de breu. A má administração e a má aplicação dos recursos públicos seguiram à tripa-forra.

O fanatismo político precisa ser combatido com as forças que nos restam, o combate à corrupção deve ser feito em todas as frentes pelos órgãos de fiscalização, sim, mas também pela sociedade que tem o dever de nunca mais eleger “figurinhas” que provaram não terem a estatura digna de nosso respeito. Errar é humano, persistir no erro, burrice.

A liberdade de expressão pode ser utilizada como arma mortal, a transparência permite visualizar as atitudes indignas de próceres sem caráter ou enaltecer atitudes dignas de aprovação quando ocorrem. Atenção: liberdade de expressão não que dizer aceitar fake-news. Seria “sair da frigideira para cair nas brasas”.

Deveria também ser lançado um anátema sobre as imunidadesusufruídas pelos ”mais iguais”.  O deputado que, por exemplo, propusesse a obrigatoriedade de se exigir aos postulantes a cargos eletivos ou indicações políticas a obrigatoriedade de abrirem deus sigilos fiscais, bancários, do imposto de renda seria aclamado em uníssono. É inconcebível que tantos e tantas ostentem sinais de riqueza sem lastro para justificar posses faraônicas. Por que não investigar as origens? Valeria para TODOS os escalões, sem exceções. Seria um deus-nos-acuda, muitos fugiriam do embate democrático como o diabo foge da cruz. E seria dado o primeiro passo para que o Brasil passasse a ser administrado por pessoas honestas e probas.

A Esperança daria as caras no horizonte.

Um crime que parecia sepultado ressurge agora, no terceiro governo Lula: as invasões de terras produtivas.

“MST invade quatro fazendas no sul da Bahia” (Zero Hora, 2/3/2023)

Cerca de 1,7 mil integrantes do MST, a maioria mulheres, invadiram três fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose, nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no sul da Bahia. Uma quarta área, a Fazenda Limoeiro, foi ocupada no município de Jacobina.

As invasões contrariam o discurso de Lula , na campanha disse que o MST não ocupava propriedades produtivas.

Em sua página oficial, o MST avisa que as ações vão continuar, vamos retomar a luta pela terra com ocupações e marchas, as terras são “latifúndios de monocultura de eucalipto”.

Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

Comentários

Comentários