Imagens produzidas pela Fiocruz mostram o novo coronavírus Sars-COV-2 em ação. © LMMV/IOC/Fiocruz
Vida & Saúde

Fungo ‘mutila’ pacientes de Covid-19 e pode matar 50% dos infectados

Médicos da Índia relatam casos envolvendo uma infecção rara, denominada de “fungo negro” ou mucormicose, entre pacientes com Covid-19 em recuperação e já recuperados. As informações foram divulgadas pela BBC.

Ainda segundo a reportagem, a doença ocorre quando há exposição a um tipo de mofo encontrado no solo, plantas, esterco e frutas e vegetais em decomposição.

A mucormicose afeta os seios da face, cérebro e pulmões, além de poder ser fatal em diabéticos ou em indivíduos gravemente imunodeprimidos.

De acordo com Akshay Nair, cirurgião de olhos de Mumbai, Índia, ouvido pela BBC, a doença tem uma taxa de mortalidade geral de 50%, e pode ser desencadeada pelo uso de esteroides, um tratamento que salva vidas para pacientes graves com Covid-19 e criticamente doentes.

O cirurgião afirma que já atendeu aproximadamente 40 pacientes com a infecção durante o mês de abril. Muitos deles eram diabéticos que se recuperaram de Covid-19 em casa. Onze deles tiveram que remover um olho cirurgicamente, em decorrência da infecção pelo fungo.

Variante indiana próxima do Brasil

O ministério argentino da Saúde informou nesta segunda-feira que foram detectadas pela primeira vez as variantes da Covid-19 conhecidas como indiana e sul-africana em três viajantes que entraram recentemente no país. As três pessoas cumprem isolamento em hotéis de Buenos Aires (distante 282 km de Maceio), informou o ministério em um comunicado.

“Desde que iniciamos a vigilância de sequenciamento genômico em viajantes, identificados variantes denominadas prioritárias em quase 50% dos casos positivos, mas esta é a primeira vez que encontramos as variantes B.1.617.2 e B.1.617.1 (originariamente isolada na Índia) e B.1.351 (originariamente isolada na África do Sul)”, informou Analía Rearte, diretora Nacional de Epidemiologia e Informação Estratégica do Ministério da Saúde.

Rearte explicou que todas as pessoas que chegam de outro país pelo aeroporto internacional de Ezeiza são submetidas a um teste de antígenos.

Os que têm resultado positivo são transferidos a um hotel da cidade de Buenos Aires para cumprir o isolamento e tem as amostras enviadas para sequenciamento ao laboratório (estatal) Anlis Malbrán.

OMS vê perigo global em variante indiana

A pandemia de covid-19 na Índia da Índia mostrou poucos sinais de abrandamento nesta terça-feira (11). A média semanal de casos da doença teve nova alta, e autoridades de saúde internacionais alertaram que a variante do país representa perigo global.

O número diário de casos de covid-19 na Índia cresceu em 329.942, e as mortes pela doença aumentaram em 3.876, de acordo com o Ministério da Saúde. O total de infecções pelo novo coronavírus no país está agora em 22,99 milhões e o total de mortes subiu para 249.992.

A Índia é a líder mundial em número diário médio de novas mortes relatadas, respondendo por um de cada três óbitos anunciados a cada dia no mundo, segundo contagem da Reuters.

A média de sete dias de novos casos teve alta recorde de 390.995.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a variante do novo coronavírus identificada primeiramente no país no ano passado está sendo classificada como digna de preocupação global, e estudos preliminares mostram que ela se dissemina mais facilmente.

“Nós a classificamos como uma variante preocupante em nível global”, disse Maria Van Kerkhove, autoridade técnica da OMS em Covid-19, em entrevista coletiva. “Existe alguma informação disponível que indica uma transmissibilidade acentuada.”

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Nações de todo o mundo enviam cilindros de oxigênio e outros equipamentos médicos para aliviar a crise indiana, mas muitos hospitais do país estão sofrendo com a escassez de equipamentos que salvam vidas.

Onze pessoas morreram na noite dessa segunda-feira (10) em um hospital governamental de Tirupati, cidade de Andhra Pradesh, um estado do sul, devido ao atraso na chegada de um caminhão-tanque com oxigênio, disse uma autoridade do governo.

“Houve problemas com a pressão do oxigênio devido à baixa disponibilidade. Tudo aconteceu em um intervalo de cinco minutos”, informou M Harinarayan, principal autoridade do distrito, na noite de ontem, acrescentando que agora o hospital SVR Ruia tem oxigênio suficiente.

Dezesseis membros de departamentos e vários professores e funcionários aposentados que estavam morando no campus da Universidade Muçulmana Aligarh, uma das mais prestigiadas da Índia, morreram de covid-19, informou a escola.

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