Divulgada sequência genética de vírus dois dias depois de surgir o primeiro caso no Brasil. Artigos científicos são publicados com rapidez em todo o mundo (foto: Instituto Adolfo Lutz)Divulgada sequência genética de vírus dois dias depois de surgir o primeiro caso no Brasil. Artigos científicos são publicados com rapidez em todo o mundo (foto: Instituto Adolfo Lutz)
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Fungo negro próximo do Brasil: Uruguai confirma caso

Um homem de 50 anos que se recuperou da covid-19 foi infectado com o fungo negro, que causa a mucormicose, informou o jornal uruguaio El País na quarta-feira (26) e a BBC Brasil nesta quinta-feira (27).

Segundo a BBC Brasil, ele também sofre de diabetes e começou a apresentar sinais de infecção por fungos cerca de 10 dias após ter se recuperado da covid-19.

O paciente, que havia sido internado na capital Montevidéu, fez exames laboratoriais que confirmaram a infecção por mucormicose, afirma o El País, que diz também não ser possível especificar se esse é o primeiro caso no Uruguai porque a mucormicose não é relatada como um evento exclusivo de pacientes com covid-19.

Segundo o jornal, médicos acreditam que também pode haver uma ligação com os medicamentos esteroides agora usados para tratar a covid-19.

Os esteroides reduzem a inflamação nos pulmões e ajudam a deter alguns dos danos que podem ocorrer quando o sistema imunológico do corpo se acelera para combater o coronavírus, mas eles também reduzem a imunidade.

Os sintomas da mucormicose dependem da parte do corpo que é infectada. No caso do paciente uruguaio, foi relatado que, após a recuperação da covid-19, ele passou a apresentar necrose na região da mucosa.

Exames laboratoriais confirmaram que ele havia sido infectado com mucormicose.

O fungo negro tem afetado muitos pacientes na Índia, que vive uma forte onda de covid-19.

Índia

Médicos da Índia já haviam relatado casos envolvendo uma infecção rara, denominada de “fungo negro” ou mucormicose, entre pacientes com Covid-19 em recuperação e já recuperados. As informações foram divulgadas pela BBC.

Ainda segundo a reportagem, a doença ocorre quando há exposição a um tipo de mofo encontrado no solo, plantas, esterco e frutas e vegetais em decomposição.

A mucormicose afeta os seios da face, cérebro e pulmões, além de poder ser fatal em diabéticos ou em indivíduos gravemente imunodeprimidos.

De acordo com Akshay Nair, cirurgião de olhos de Mumbai, Índia, ouvido pela BBC, a doença tem uma taxa de mortalidade geral de 50%, e pode ser desencadeada pelo uso de esteroides, um tratamento que salva vidas para pacientes graves com Covid-19 e criticamente doentes.

O cirurgião afirma que já atendeu aproximadamente 40 pacientes com a infecção durante o mês de abril.

Muitos deles eram diabéticos que se recuperaram de Covid-19 em casa. Onze deles tiveram que remover um olho cirurgicamente, em decorrência da infecção pelo fungo.

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