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Gripe mata? E quem mata a ética?

Certamente que não. Muitos confundem o resfriado com a gripe. Ambas são patologias.  Sou leigo na área de medicina, da qual estudei somente medicina legal tanto na Escola de Polícia quanto na Unisinos, a qual me foi extremamente útil em diversas oportunidades na investigação policial. Tenho alguns amigos médicos.

Não pretendo e não vou falar sobre medicina até por que como disse, não sou médico. Uma das coisas que mais é observada na medicina é o comportamento ético. Há uma variação do vírus da gripe que realmente desperta preocupação, especialmente na área médica, tanto dos profissionais quanto das autoridades de saúde pública.

Há igualmente um comportamento dos meios de comunicação que me entristece, pois esse surto de gripe que efetivamente ocorre, é assunto permanente nos meios de comunicação.

Assim foi ano passado com o caso de uma menina que morreu ao cair ou ser jogada de um prédio de apartamentos em São Paulo. Vocês lembram com certeza. Foram mais de dois meses com este assunto todos os dias em nossos televisores. Houve uma acirrada disputa pela audiência.

Isto em meu entendimento fere e muito a ética nas comunicações. Como? Você leitor acredita que o casal preso preventivamente desde então, prisão preventiva que excede o prazo constante na lei processual penal, irá ter um julgamento justo? Duvido. Estão ambos condenados a menos que sejam julgados em outro país, o que obviamente é impossível. Quem os condenará a pena máxima? Não serão os jurados e sim os meios de comunicação, especialmente a televisão. Há alguém que de sã consciência acredite que eles realmente terão um julgamento justo?

Já no caso da gripe presente, todos os meios estão dando ênfase exagerada à mesma.  Ontem ZH ocupou mais de meia dúzia de páginas com a dita gripe, inclusive apresentando detalhes de vítimas da mesma. Mas não foi a gripe quem os matou e sim as complicações que a mesma trás.

Todos os anos morrem centenas de milhares de seres humanos no planeta vítimas de referidas complicações. A mais importante delas me parece ser a pneumonia. Por que somente agora tamanho interesse dos meios de comunicação? Simples a resposta, pois buscam a audiência do espectador e a venda de jornais, o que convertem em lucros, pouco importando o restante. Não sou jornalista e sim jornaleiro.

Entenderá melhor o que afirmo quem já tiver editado um jornal no interior, no qual você é fotógrafo, redator, digitador, vendedor de anúncios, e por aí vai. Por falar em ZH, certamente você já observou que depois de inaugurado o novo parque gráfico, o layout da mesma mudou. Ou seja, foi mudada a diagramação.

A mesma ficou bem “mais leve”, isto é, mais agradável ao nosso olhar. Hoje ZH me lembra muito o jornal A Hora, editado em Lajeado é em minha maneira de ver, um primor em diagramação.

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