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Hoje a hipocrisia é sua, a hipocrisia é nossa, é de quem quiser, quem vier…

Este artigo seria para publicação imediata, eis que o escrevi entre as festas do Natal e do Revéillon de 2011. Entendi, no entanto – e, garanto, sem eivas de falsidade – que os meus generosos dezoito leitores mereceriam, isto sim, a suave leitura da crônica “Gostoso demais”, editada neste Litoralmania no dia 28 último.

O que aconteceu para que, de repente, todas as telas – LED, LCD, Plasma ou mesmo aquela humilde e valvulada Philco, 14 polegadas, em P&B, precariamente repousada sobre a balouçante banqueta na mais longínqua tapera deste imenso Brasil – fossem assaltadas pelo maior festival de hipocrisia?

Uma instituição bancária, sem qualquer pudor, vem conclamando em seus reclames ter “o orgulho de estar junto dos gaúchos”. Cruzando-se o Rio Mampituba o mesmo “tubarão vermelho” anuncia nas telinhas barrigas-verdes o seu “orgulho de estar junto dos catarinenses”. Certamente há outros distintos vinte e quatro motivos de orgulho.

Durante todo dezembro, o jurássico “rei” dirigiu o coral(?) das “vaquinhas do presépio Global”, cada qual “mugindo” e balançando a cabeça mais do que a outra.
A afiliada gaudéria não poderia deixar passar em brancas nuvens e, para não ficar atrás, reuniu uma tribo de ilustres semiconhecidos – perdão! Não devo cometer a vilania da injustiça ao nosso violonista maior, Yamandu Costa, e ao tenista campeão Gustavo Kuerten – e ressuscitou “Vida”, antigo jingle natalino, composto em 1985 por Ricardo Garay e Carlos Ludwig.
Quando imaginei ter a tudo assistido, as estampas deslavadas dos políticos, homens e mulheres, de um partido brasileiro desafinavam no demagógico (como eles próprios) jingle natalino, regido pelo piauiense dublê compositor de forró sertanejo e deputado federal. Não durou muito a alegria dos enfezados (desen)cantantes do dito partido. Um raríssimo e inteligente cérebro correligionário, provavelmente, os tenha aconselhado a não persistirem no tremendo mau gosto, retirando a patuscada das emissoras.

Nem tudo, no entanto, é falsidade, hipocrisia.

A careta de Daniel, 10 anos, na posse do pai, jader barbalho (abaixo), é o retrato fiel do real sentimento nutrido pelo mafioso empresário e político acreano para com o seu eleitorado e, por extensão, para com o povo brasileiro e por ele ensinado e  transmitido ao filho. Pela condição de criança – e por isso, verdadeira e autêntica –, Daniel Barbalho desconhece o que é ser hipócrita.

Ainda!

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