Hospital São Vicente de Paulo – a pergunta que não quer calar
O fato que testemunhei na sexta-feira, 19, no já mencionado Hospital, foi lastimável. Uma senhora, de condição pobre, humildemente vestida, encontrava-se desde as 7 horas para realizar um procedimento cirúrgico.
Às 13h40m, informaram-lhe que retornasse para sua casa. NÃO HAVIA ANESTESIA! E somente foram lhe comunicar após quase sete horas de espera??? Um ser humano que, provavelmente, guardava jejum desde a noite anterior?
E o pior: há cinco meses ela vem tentando realizar o procedimento para a retirada de uma lesão cancerígena de pele, sendo sempre orientada a retornar em nova data.
A cada ocasião que lá se apresentava era sempre “escanteada” pelas várias e mais absurdas razões. Será desiludida senhora um caso isolado?
As circunstâncias nos levam a acreditar não seja único. Isso é desumano, demasiado desumano! Certamente a referida paciente desconhece a existência da Defensoria Pública, do Ministério Público.
Mas nem tudo é espinho no reino da fantasia. No regime democrático de direito que vige no Brasil, amparado em cláusulas pétreas de sua Carta Magna, a imprensa há de exercer suas funções sem mordaças, com o direito de fazer e de obter respostas.
É em nome desta liberdade de expressão, e a mídia há de se fazer honrar, que esta coluna, como sua integrante, faz a indagação que abre este texto. De igual forma, Notas Dissonantes abre o espaço para o direito de resposta com relação ao fato ora narrado.
Como formador de opinião não me cabe o conforto de permanecer alheio a eventuais desmandos e injustiças verificados nas instituições públicas e privadas na sua contrapartida de prestação de serviços.
É a forma, ainda que singela, de se exercer o sagrado e inalienável direito de cidadania.