IFRS – Campus Osório: estudantes representam o país em evento científico nos EUA

IFRS - Campus Osório: estudantes representam o país em evento científico nos EUAA estudante Juliana Davóglio Estradioto, do 3° ano do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio do Campus Osório, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), e a egressa Maria Eduarda Santos de Almeida, formada no mesmo curso, fizeram parte da delegação que representou o Brasil na Intel ISEF (International Science and Engineering Fair) – maior evento de ciência e engenharia pré-universitária do mundo, que aconteceu em Los Angeles, Estado da California, nos Estados Unidos, de 14 a 19 de maio de 2017. Elas apresentam suas pesquisas mostrando que é possível solucionar grandes problemas ambientais de formas bem simples.

Com o trabalho ‘Transformação dos resíduos agroindustriais do maracujá em filmes plásticos biodegradáveis’, Juliana fez um protótipo de plástico biodegradável para armazenar mudas de plantas, utilizando a casca do maracujá, que representa 70% do total do fruto. “Seria uma forma de reduzir consideravelmente o consumo dos tradicionais saquinhos plásticos pretos, utilizados em grande escala pelos agricultores e floriculturas” – explica a jovem de 16 anos.

Já Maria, com o título BioPatriam: Preservação da biodiversidade através de planta nativa brasileira’desenvolveu um extrato aquoso com folhas da planta nativa Aroeira, que inibe a germinação das sementes do Pinus elliottii, espécie de pinheiro que tem sua madeira e resina muito utilizada na indústria, mas que por ser uma espécie invasora e de fácil dispersão das sementes, é um dos piores problemas ambientais do país. “O crescimento desorientado da espécie é a 2ª maior causa de perda de biodiversidade do planeta. Sua simples presença provoca contaminação biológica, secando o lençol freático e alterando a composição físico-química da água,  dimunuindo, assim, a fertilidade do solo. E as substâncias que escorrem dele com a chuva impedem o crescimento de culturas agrícolas e plantas nativas. É uma grande praga!” –  conclui Maria, de 18 anos.

Elas embarcaram rumo à Los Angeles (EUA) no sábado (13) com outros 27 jovens cientistas que compõe a delegação que representou o Brasil na feira, com representantes de dez Estados: RS, SC, PR, SP, MG, MS, BA, RN, CE e MA. Do Rio Grande do Sul são nove estudantes, autores de cinco dos 18 projetos que serão apresentados na Intel. Além das gurias do IFRS – Campus Osório, cada uma com um projeto, há quatro estudantes da Escola Liberato Salzano, de Novo Hamburgo, e três do IFSUL – Campus Charqueadas).

Preparação para o evento

A delegação brasileira participou de um workshop preparatório na Universidade de São Paulo (USP), nos dias 11 e 12, composto por palestras e momentos voltados à apresentação dos projetos na língua inglesa para professores especialistas e voluntários.

O evento, que reúne anualmente cerca de 1,7 mil estudantes de 77 nações do mundo, iniciou no domingo e seguiu até a sexta-feira (19), quando aconteceu a grande cerimônia de premiação dos projetos.

Experiência na Intel

As pesquisas das jovens foram orientadas pela professora Flávia Twardowski, que acompanhou a dupla no evento e tem a experiência de três anos consecutivos na Intel.  Maria Eduarda também já esteve na feira e obteve premiações de destaque com o colegaJoão Vitor Kingeski Ferri. Foi no ano passado, com o trabalho que encontrou no reaproveitamento de resíduos do fruto da Palmeira Jussara, típica da Mata Atlântica, solução para tornar potável a água das famílias da região e preservar a espécie.

Eles foram reconhecidos entre os três melhores trabalhos das Américas em Inovação Social – premiação concedida pela Organização dos Estados Americanos (OEA) por ser um “projeto de alto impacto em tecnologia e engenharia e ter grande contribuição para a redução da desigualdade e da pobreza da sua região”. Obtiveram, também, o 4º lugar na categoria Engenharia Ambiental.

Em 2016, a delegação brasileira conquistou 19 prêmios no total, sendo o 4º país mais laureado, atrás apenas dos EUA, Canadá e Taiwan. O principal reconhecimento da feira foi para o Brasil, com a pesquisa de estudante do IFMS – Campus Aquidauana.

Pesquisas premiadas

Na 15° Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace – realizada em março deste ano na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), em São Paulo, a pesquisa ‘Transformação dos resíduos agroindustriais do maracujá em filmes plásticos biodegradáveis” ganhou o 1º Lugar em Ciências Agrárias, o reconhecimento de melhor projeto do Estado do Rio Grande do Sul, com o ‘Prêmio Destaque nas Unidades da Federação’, ante outros 35 trabalhos gaúchos – título que é conquistado pelo terceiro ano consecutivo pelo Campus Osório -, Prêmio Destaque Agência USP de Inovação, Prêmio Expedição Científica ao Pantanal (prevista para 29 de janeiro a 2 de fevereiro de 2018), além do Prêmio Credenciamento Intel ISEF 2017, que permite participar do evento com passagens e hospedagens garantidas.

Já a pesquisa ‘BioPatriam: Preservação da biodiversidade através de planta nativa brasileira’, foi selecionada para a Intel, também ganhando passagens e hospedagem, como premiação da 31ª Mostratec, realizada pela Fundação Liberato, de Novo Hamburgo, em outubro do ano passado. Ela também conquistou no evento o Prêmio Intel de Inovação, com um Tablet Educacional para as pesquisadoras destaque feminina da Mostratec, Prêmio ABRIC de Destaque em Iniciação Científica, 1º lugar na área de Gerenciamento do Meio Ambiente e o Prêmio Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que custeará as passagens e hospedagens de alunos para participar da Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) 2017, que vai ocorrer em Belo Horizonte/MG.

Para a professora Flávia, “é maravilhoso proporcionar aos nossos estudantes do Campus Osório do IFRS a experiência de vivenciar a Intel ISEF, feira que reúne cerca de 1,7 mil estudantes de 77 nações do mundo, e que tem como avaliadores especialistas internacionais, entre os quais prêmios Nobel” .

 Gabriela Morel

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