Imarcescível – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

IMARCESCÍVEL

Algo que jamais pode ser corrompido pelo tempo, no sentido figurado pode ser dito como imarcescível. Evidentemente, nem nos mais loucos devaneios pode ser aplicado à nossa política. Sabemos, e sofremos comisso, ela é algo que, ao contrário do que ocorre nos grandes impérios da História, o Romano como paradigma que nascem, evoluem, atingem o píncaro, ao final fenecem e passam a constituir um lapso na História. O Brasil feneceu sem jamais ter atingido a culminância.

A História do Brasil se assemelha ao gráfico de um eletrocardiograma, picos e descaídas se alternam em sequência.

O Brasil foi uma genuína colônia portuguesa até 1808, quando D. João VI aportou na Bahia e depois fixou residência no Rio de Janeiro, fugindo de Napoleão. Trouxe alento à colônia, abriu seus portos às nações amigas e, pode-se dizer, patrocinou a transformação da colônia inculta e bela na nação que hoje conhecemos.

Retornou a Portugal em 1821, seu filho, D. Pedro I permaneceu e, em 1822, separou o Brasil de Portugal.

No dia 15 de novembro de 1899 o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. O objetivo do golpe militar era trazer ao Brasil mais disciplina, ordem e democracia, com um Poder Executivo forte. Como podemos perceber já então se procuravam esses até agora inatingidos objetivos.

A República foi maculada por duas ditaduras autoritárias. Na de Getúlio Vargas sequer era permitido que um brasileiro pronunciasse uma palavra em alemão ou italiano. Pena: prisão sem julgamento e, muitas vezes em condições sub-humanas. Afirmo com o respaldo do ocorrido com um tio-avô, teimoso como ele só, suas repetidas detenções culminaram numa artrite que o acompanhou até o fim.

Presidentes houve que derraparam em altos e baixos, preponderando os últimos,muitos políticos não podem se orgulhar de suas “façanhas”. No vale-tudo das campanhas políticas, ponta-pé nos “países baixos” é considerado carícia.

Paulo Junqueira Duarte, depreciando seu adversário político Ademar de Barros, estigmatizou-o com a frase: “Rouba, mas faz”.

Paulo Maluf, respondendo a uma acusação de ser indiferente a um estupro: – “O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom… Tá com vontade sexual estupra, mas não mata”!

Collor e Dilma sofreram “impeachment” e, diga-se de passagem, segundo os ditames da lei não houve “golpe” em nenhum dos casos.

Após Itamar e FHC, uma luz que brilhou nas trevas realizando o que políticos e economistas consideravam impossível, debelar com o Plano Real uma inflação de 2.477,15% reduzindo-a para 16,5% anuais.

Lula, em oito anos de mandato catapultou uma dívida de R$ 852 bilhões que fora acumulada em 180 anos – desde a Independência – para R$ 1,89 trilhão, dando início a uma escalada que prossegue a galope desenfreado.

Bolsonaro enfrentou a Covid com cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros que tais, enquanto sabotava vacinas e o país acumulava vítimas fatais.

Agora se enfrentam Bolsonaro e Lula – este em vantagem nas pesquisas – e a Terceira Via,natimorta, mais parece um “saco de gatos”, ninguém se entende com ninguém… e querem ter chance de disputar o terceiro turno!!!

VALHA-NOS DEUS!

Serão os políticos atuais ovelhas negras? Nem pensar, a corrupção e outras pilantragens se configuram endêmicas, cito a primeira tentativa que maculou nossa História: Pero Vaz de Caminha, que acompanhou Cabral, enviou ao rei de Portugal, D.Manoel I, o Venturoso, a “Carta de Achamento do Brasil”, da qual extraio um trecho:
“E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servido, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge Osório, meu genro, o que Dela receberei em muita mercê”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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