Foto: Rafa Marin/Ascom Polícia Penal
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Itens fabricados com mão de obra prisional em Osório são doados para atingidos pelas enchentes

Itens de Madeira Produzidos com Mão de Obra Prisional em Osório São Doações Cruciais para Vítimas das Enchentes

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Em 18 unidades prisionais do Rio Grande do Sul, diversas oficinas de marcenaria têm produzido itens essenciais para pessoas afetadas pelas recentes enchentes.

Até agora, foram confeccionados 216 móveis, incluindo berços, camas e armários, 287 casinhas para cachorros e aproximadamente 1,5 mil rodos de madeira – ferramentas fundamentais para a limpeza de áreas com grande concentração de lama.

Dr. Sander Fridman - 16/11

Esses itens têm sido distribuídos para diferentes abrigos municipais e projetos estaduais destinados às vítimas das enchentes.

Entre os beneficiados estão a Casa Violeta, um espaço de permanência estendida para mulheres e crianças inaugurado em maio, e os três centros humanitários de acolhimento Vida, Recomeço e Esperança, inaugurados em julho.

A produção desses itens ocorre nas penitenciárias de Canoas 1, Ijuí, Caxias do Sul, Venâncio Aires, Sapucaia do Sul, Modulada de Osório e Modulada de Uruguaiana, além dos presídios de Júlio de Castilhos, Sarandi, Encantado, Iraí, Canela, Cachoeira do Sul, Santiago, Três Passos e Frederico Westphalen.

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Luiz Henrique Viana, titular da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), destaca o empenho do governo estadual em promover a ressocialização através do trabalho.

“Nosso objetivo é oferecer oportunidades para que os apenados aprendam novos ofícios e aumentem suas chances de inserção profissional no futuro,” explica Viana. “O trabalho prisional é um dos pilares do tratamento penal e ocorre diariamente nas unidades prisionais, não apenas em momentos pontuais, como durante as enchentes.”

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Gabriel Souza, vice-governador e coordenador do projeto dos Centros Humanitários de Acolhimento, reforça a parceria entre o governo do Estado, prefeituras e organizações como o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac.

“Trabalhamos para oferecer dignidade e conforto às famílias que perderam suas casas e aguardam novas moradias definitivas. Os centros humanitários têm toda a estrutura necessária, incluindo berçários com berços produzidos pela mão de obra prisional, oferecendo um espaço seguro para mães e seus filhos,” afirma Souza.

A Polícia Penal, vinculada à SSPS, segue mobilizada para auxiliar a população afetada pelas cheias.

Até o momento, cerca de 900 apenados, de 52 estabelecimentos prisionais, atuaram na limpeza das cidades e na fabricação de itens essenciais. Além dos móveis e rodos, foram produzidas 7 mil fraldas descartáveis, 2 mil barras de sabão e mais de 400 artigos de roupas de cama.

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Mateus Schwartz, superintendente da Polícia Penal, enfatiza a importância do trabalho prisional.

“As atividades nas casas prisionais têm sido essenciais para superar este momento difícil, contribuindo para a reinserção social dos apenados e a redução dos índices de reincidência criminal,” ressalta Schwartz.

A produção continua nos estabelecimentos prisionais. No Presídio de Canela, seis apenados estão focados na fabricação de mais berços e armários, utilizando materiais fornecidos por madeireiras locais.

Osmar*, um dos apenados envolvidos na fabricação, já tinha experiência em marcenaria antes de ser preso. “Me sinto feliz em poder ajudar quem perdeu tudo. Isso poderia ter acontecido com qualquer um de nós, por isso é importante contribuir,” comenta Osmar. Ele também valoriza a rotina de atividades, que torna o tempo mais produtivo. “Gosto muito do nosso trabalho aqui, o tempo passa rápido,” conta.

Apenados que trabalham têm o benefício da remição de um dia de pena a cada três dias trabalhados. Quando for libertado, Osmar planeja abrir uma pequena marcenaria junto com outro colega de prisão que também participou da fabricação dos berços.

*Nome fictício para preservar a identidade da pessoa privada de liberdade.

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Foto: Rafa Marin/Ascom Polícia Penal

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