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Junta Militar tailandesa quer a retransmissão da Copa do Mundo

A junta militar tailandesa forçou um acordo de retransmissão em sinal aberto de jogos do Mundial de Futebol no Brasil para “restabelecer a felicidade” no país, após o golpe de 22 de maio, revela hoje (12) a imprensa local.

O acordo prevê que o Canal 5 (de propriedade do Exército) transmita pelo menos 38 partidas e foi alcançado ontem (11), depois de o Tribunal Administrativo ter dado razão à RS Plc, proprietária dos direitos, num contencioso com a Comissão Nacional de Radiodifusão, segundo o diário The Nation.

A comissão exigia à RS a emissão em sinal aberto de todos os jogos, depois da empresa ter acordado ceder imagens de 22 jogos, incluindo a estreia entre Brasil e Croácia e a final, a outros canais estatais.

O organismo governamental justificava sua posição com base numa ordem de 2012 que considerava de interesse geral sete eventos desportivos, entre eles os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol, embora a empresa alegasse ter um contrato com a Fifa assinado em 2005.

Segundo a imprensa local, a RS pediu à comissão uma compensação financeira de 700 milhões de baths – cerca de 16 milhões de euros – para fechar um acordo.

Em declarações antes da conferência judicial de quarta-feira, o presidente da comissão, Natee Sukonrat, disse que todos os tailandeses devem ter a opção de ver todos os jogos em sinal aberto, tal como acontece desde 1970.

A advogada da RS, Supan Sueharn disse que a transmissão em sinal aberto de todos os jogos afetaria negativamente o negócio da empresa e poderia supor uma violação do contrato assinado com a Fifa, tendo ameaçado não transmitir qualquer partida em sinal aberto para evitar mais danos.

Após o golpe de Estado, o Exército tailandês colocou em marcha uma campanha que pretende “devolver a felicidade” à população, que inclui concertos, festivais e bilhetes gratuitos para filmes de temática patriótica nos cinemas.

Os militares também ordenaram o congelamento dos preços do gás e da gasolina e o pagamento dos subsídios aos produtores de arroz, uma medida pela qual o governo deposto estava sendo criticado pela oposição que a considerava “populista”.

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