Lula recebe críticas em visita a Museu do Holocausto
“Eu acredito que a visita ao Museu do Holocausto deveria ser quase obrigatória a todo ser humano que quer governar uma nação”, disse Lula. “A humanidade deve repetir todos os dias, quantas vezes for necessário, 'nunca mais', 'nunca mais', 'nunca mais'”, ressaltou, de acordo com a agência BBC Brasil.
Depois da visita ao museu, o presidente plantou uma árvore no Bosque de Jerusalém. O plantio de árvores também faz parte da tradição de homenagem – representa a continuidade da vida e a crença em algo divino.
A ida de Lula ao museu, no entanto, não desfez um mal-estar causado por sua desistência de visitar o túmulo de Theodor Herzl – fundador do movimento sionista cujo aniversário de 150 anos está sendo celebrado pelo governo de Israel. A desistência gerou críticas de alguns setores da sociedade israelense.
Segundo a imprensa local, por causa da recusa de Lula, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, teria boicotado seu discurso no Parlamento israelense. Pela mesma razão, o chanceler teria se ausentado durante o encontro de Lula com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
Lieberman, líder do partido ultranacionalista Yisrael Beitenu (“Israel, nosso lar”, em tradução livre), é conhecido por suas posições duras com relação ao Irã e à Palestina. O chanceler ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
O porta-voz da Agência Judaica, Michel Jankelowitz, classificou de “insulto” a recusa de Lula para visitar o túmulo de Theodor Herzl. “Lula entraria para a história como o primeiro chefe de Estado a se recusar a prestar essa homenagem a Israel”, disse.
Para ele, a decisão compromete as ambições do governo brasileiro de participar das negociações de paz no Oriente Médio. Lula tenta lançar o Brasil como mediador numa eventual retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos, que está paralisado desde dezembro de 2008.