Mãe que fuma na gravidez pode deixar de ser vovó
Em um estudo com camundongos, Andréa Jurisicova e seus colegas da Universidade de Toronto observaram que as toxinas do cigarro absorvidas pelas bebês afetam a formação de seus óvulos (as mulheres, como a maioria das fêmeas de mamíferos, nascem com todos os óvulos que terão disponíveis por sua vida). O cigarro ativa excessivamente uma proteína que faz as células que formarão os óvulos morrerem.
Para o médico brasileiro, Ciro Qirchenchtejn, da Unifesp, que coordena o Centro de Tratamento HelpFumo, a notícia é surpreendente. “São efeitos do fumo que só vão surgir vinte, trinta anos depois do nascimento da criança”, afirmou ele ao G1.
O médico lembra que o cigarro também afeta a fertilidade da mulher que é exposta ao fumo apenas na vida adulta. E o mesmo é válido para o homem. “A primeira coisa que alguém vai falar para um casal que fuma em uma clínica de fertilidade é: parem”, explica o médico.
O cigarro envelhece os ovários e antecipa a menopausa em cerca de três ou quatro anos. O problema afeta principalmente aquelas mulheres que deixaram para ter filho mais tarde, para priorizar a vida profissional. Além disso, as toxinas do cigarro tem um efeito “antiestrogênico”, ou seja, impedem a ação do hormônio feminino. “Toda a feminilidade da mulher é alterada pela presença do cigarro”, diz Qirchenchtejn.