Massacraram o português – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

MASSACRARAM O PORTUGUÊS

Podemos interagir e nos comunicar com as outras pessoas por meio de diversos níveis de linguagem: padrão, coloquial, gírias, regionalismos e linguagem vulgar.

Utilizar a forma culta da língua portuguesa, por exemplo, não significa comunicar-se de maneira difícil e rebuscada, é a ensinada nas escolas, nos manuais didáticos, cartilhas e dicionários.

A linguagem coloquial, corriqueira, não segue a rigor todas as regras da gramática normativa, está mais preocupada em transmitir o conteúdo da mensagem. Falar em linguagem coloquial não significa falar errado, isso é inadmissível, principalmente quando feito por profissionais da comunicação. Deparamos frequentemente com palavras paroxítonas que são pronunciadas como proparoxítonas, a todo o momento ouvimos performance, a sílaba tônica deslocada para perFORmance. O mesmo ocorre com outras, recorde é mais pronunciada RÉcorde, um absurdo.

Há um erro capital que se transformou numa mixórdia indescritível: “Olimpíadas de Tóquio”. Como assim, no plural? Duvido que os que assim se expressam teriam a ousadia de dizer: “Copas do Mundo FIFA, 2022”.

Têm preferência pelo plural? “Jogos Olímpicos de Tóquio”. É correto usar o termo “Olimpíadas” para o conjunto das já disputadas. A primeira Olimpíada da Era Moderna foi disputada entre 6 e 15 de abril de 1896, com delegações de 14 países, que somaram 241 atletas. Aconteceu em Atenas, na Grécia.

Existe, porém, uma incorreção maior, quando a mesma pessoa, num mesmo pronunciamento, utiliza ambas as formas de expressão.

“O gélido inverno e as incertezas governamentais somam-se ao horror da pandemia e nos refugiamos nas transmissões pela TV DAS OLIMPÍADASDE TÓQUIO. O desporto é neutro, mas pode adquirir postura política, como NA OLIMPÍADA DE BERLIMde1936, em pleno auge do nazismo na Alemanha. ”Flávio Tavares, 7 de agosto de 2021).

No orla, onde residimos, a avenida que mais se destaca é a PARAGUAÇU, erroneamente grafada PARAGUASSÚ em muitos locais. Atentem: palavras oxítonas terminadas em “U” ou “I” não admitem acento (Paraguaçu, umbu, saci),exceto quando formam ditongo (Chuí, Camboriú). Outro detalhe: deriva de idioma indígena, que não duplica o “S”, utiliza o “Ç”. Portanto: PARAGUAÇU.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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