Massificação
A massificação cultural é a manipulação das manifestações culturais de um determinado povo, geralmente com o objetivo de obter lucro. Normalmente divulga-se essa cultura, quase a modo de impingir à população um produto ou um serviço e depois se usufruieconomicamente desse ato.
Este tema já foi abordadoem 1961 no ensaio “A Crise da Cultura” de Hannah Arendt. A autora sugere que uma “mídia dirigida pelo mercado, no futuro lideraria o deslocamento da cultura pelos ditames do entretenimento.” Susan Sontag argumenta que, na nossa cultura, os mais “…inteligíveis, persuasivos valores são tirados das indústrias de entretenimento”, estes “debilitam os padrões de seriedade”. Como resultado, tópicos “tépidos, suaves e sem sentido” estão se tornando a norma.
Algumas críticas argumentam que a cultura popular está simplificada: “…jornais que uma vez veicularam notícias estrangeiras agora apresentam fofocas sobre celebridades, fotografias de jovens garotas com pouca roupa… a televisão substitui a dramatização de alta qualidade por jardinagem, culinária e outros programas de 'estilo de vida'. Também aqueles bobos 'reality shows',” são montados ao ponto de fazer as pessoas estarem constantemente imersas em curiosidades sobre a cultura das tais celebridades.
No livro de Rosenberg e White Mass Culture (Cultura de Massa, em tradução livre), MacDonald argumenta que “A cultura popular é uma degradada, trivial cultura que esvazia todas as profundas realidades (sexo, morte, falhas, tragédias) e também os simples e espontâneos prazeres… As massas, pervertidas por algumas gerações desse tipo de coisa, começaram a demandar produtos culturais triviais.” Van denHaag argui que “… toda a mídia de massa tem comoobjetivo final a alienaçãodas pessoas, bem como das experiências pessoais. Embora pareçam compensar isso, intensificam oisolamento moral uma das outras, da realidade e principalmente delas mesmas.”
Inúmeros críticos têm lamentado a “… substituição da alta arte e da autêntica cultura folclórica por artefatos industrializados insípidos. Estes, produzidos em uma escala de massa a fim de satisfazer o mínimo denominador comum.” Essa “cultura de massa emergiu depois da Segunda Guerra Mundial e tem levado para a concentração do poder da massa cultural em sempre grandes conglomerados de mídia global”.
A maioria da atual imprensa popular diminuiu o montante de notícias ou informações e as substituiu por entretenimento ou coisas frívolas que reforçam “…medos, prejuízo, a criação de bodes expiatórios, paranoia e em muitas vezes até a agressão.”
É importante avaliar os efeitos negativos da massificação, enquadrando a anulação da individualidade em face da consideração do todo. Em realidade, a
Ao se desprezar os valores particulares de determinados povos e indivíduos, o reflexo imediato é o desaparecimento da cultura e dos diferenciais étnicos e culturais de dada coletividade. Há nações coloniais, que dependem fundamentalmente de outras, ampliando os níveis de massificação e dominação, substituindo-se o parâmetro político pelo económico.Esta massificação tem provocado consequências negativas para a Humanidade, sobretudo em relação às chamadas minorias ou, até mesmo, desprezando-se o quantitativo populacional.
Um dos efeitos mais perigosos da massificação é a alienação das pessoas. Pela falta de educação, conscientização e espírito cívico (cidadania). As pessoas abdicam de suas vozes e direitos, deixando, muitas vezes, que outros decidam em seu nome, culminando em prejuízos como o isolamento, a discriminação e os abusos de todo o género.Geralmente o desejo do “massificador” é obter o controledas pessoas pra explorá-las independente de aspectos (econômico, politico, religião).
A massificação em qualquer aspecto é a via oposta da democracia! Na massificação deixa-se a sociedade sem opções e coloca todos vivenciando a mesma coisa independentemente do querer de cada um. Ao contrário que na democracia dá-se a oportunidade para haver diversidade, porque a democracia oportuniza a cada cidadão o poder de escolher o que considera melhor para si evitando-se a discriminação. Com a democracia cultural pode-se desenvolver melhor a capacidade crítica do cidadão oferecendo diferentes opções ao contrario da massificação.
Assunto para uma valiosa reflexão.