Meningite: novos casos assustam a cidade de Osório

Mais dois casos de meningite foram constatados em Osório, nos últimos dias. Uma pessoa faleceu e outra está em estado de coma. Saiba mais  sobre essa doença.

O que é:
É uma inflamação das membranas que recobrem e protegem o sistema nervoso central – as meninges. A meningite pode ser de origem viral, adquirida depois de alguma gripe ou outra doença causada por vírus, ou de origem bacteriana, normalmente mais branda.

Existem várias bactérias que podem ocasionar a meningite. Uma forma contagiosa da doença é a causada pelo meningococo que transmite a doença pelo ar. Outra forma de contágio é o contato com a saliva de um doente.
 
A bactéria entra no organismo pelo nariz e aloja-se no interior da garganta. Em seguida vai para a corrente sangüinea.

Pode ocorrer dois caminhos: cérebro ou difusão pelo corpo (bacteremia), causando uma infecção generalizada conhecida como septicemia.

As meningites:
As meninges são membranas que recobrem o cérebro e a coluna vertebral. As meningites são infecções que acometem estas membranas. Vários são os agentes etiológicos: Bactérias, vírus, fungos e parasitas.

O que ocorre: Quando as meninges são atacadas por um microorganismo o corpo reage com suporte de leucócitos (células de defesa) para a região das meninges, lá a reação entre as células de defesa e o agente infeccioso causa uma reação inflamatória.

Esta reação inflamatória é característica pelo aumento do número de leucócitos e formação de anticorpos contra aqueles agentes. E é demonstrada através do líquor cefalorraquidermo que obtemos através da função lombar.

Como fica o líquor:
O número de leucócitos aumenta, a reação de defesa faz aumentar a concentração de proteínas e a diminuir a de glicose (açúcar consumido pelas células). Podemos ver os agentes causadores através da Bacterioscopia. E, há a possibilidade de captarmos os anticorpos através de várias reações específicas (Pandy, Contra imunoeletroporese e reação de antígenos bacterianos) inclusive com a possibilidade do diagnóstico etiológico.

Quais os sintomas: febre alta e persistente, dor de cabeça, vômitos em jato rigidez de nuca são os sintomas principais em crianças acima de um ano de idade. Em crianças abaixo de um ano e com a moleira aberta, o aboulamento desta é um excelente sinal.

Em recém-nascidos a suspeita diagnóstica torna-se mais difícil, em geral, choro irritado, hipoatividade, hipo ou hipertemia e gemência devem chamar a atenção para um possível diagnóstico.

A suspeita diagnóstica deve ser feita o mais precoce o possível e a função lombar deve ser feita assim que indicada.

Tão importante quanto o diagnóstico da meningite (doença), ter o conhecimento do agente etmológico (Homophlus influenzae, Naesseria Meningitidis, Esteptococos pneumoniae entre outros) é muito importante pois através do seu encontro poderemos determinar o antibiótico adequado, tempo de tratamento (que vai de dez a vinte e um dias) e a possibilidade da evolução com complicações ou não e, assim estar um passo a frente da doença.

A certeza de qual o agente causador é dada pela cultura do líquor, que apesar de demorada é positiva em média em 50% dos casos aqui no Brasil.

Assim é muito importante não iniciar o uso de um antibiótico (através de auto-medicação) ou indicada sem certeza diagnóstica dado por pessoa habilitada, pois apenas atrasa o diagnóstico da meningite e torna impossível o conhecimento do agente etiológico. 

Apesar das importantes melhorias no diagnóstico (atualmente mais precoce) e no tratamento (baixa resistência dos micro-organismos aos antibióticos usados), a meningite ainda se mantém como uma das patologias mais preocupantes em nosso meio, isto porque é bem conhecida a frase “Quando não mata aleija”. Isto em parte ainda é verdade, pois as seqüelas ainda ocorrem, e vão desde leves dificuldades escolares até a paralisia cerebral, passando por várias formas de defeitos físicos e intelectuais, incluindo a surdez parcial ou completa.

Em conclusão:
A meningite, doença importante em nosso meio, tem atualmente rápido diagnóstico e tratamento eficaz. Desde que haja precocidade na investigação e esta não seja atrasada pelo uso inadequado de antibióticos.

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