Mercosul – Por Jayme José de Oliveira

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Jayme José de Oliveira

Quando em 1.991 Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai fundaram o Mercosul com a finalidade de incentivar o intercâmbio comercial previa-se a gradual diminuição das taxas de importação e, futuramente sua extinção. Desde o primórdio este foi o pomo da discórdia, principalmente devido às exigências da Argentina em “puxar as brasas para o seu assado”. Quando a balança lhe era favorável abria as fronteiras, nos momentos em que o déficit importação-exportação se manifestava, impunha total fechamento às importações, principalmente do Brasil, não importando o fato de os negócios já terem sido concretizados. Filas de caminhões ficavam retidos na fronteira causando inclusive a perda total das cargas. Até hoje este imbróglio não foi solucionado.

Em 2.006 foi admitida a entrada da Venezuela após exaustivas discussões e discórdias. O Paraguai que se opunha foi temporariamente alijado sob pretexto de ter promovido o impeachment do presidente Lugo.

A presidente Dilma Rousseff e seu colega Tabaré Vasquez concordaram em 21/05/2.015 sobre a necessidade de replanejar o Mercosul a fim de proporcionar maior flexibilidade comercial entre seus sócios. A iniciativa pode representar uma mudança histórica no bloco.

Preocupados com a deterioração do comércio regional Tabaré e Dilma tentam avançar em um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. É um objetivo longamente planejado mas que hoje está novamente travado, reclamou o presidente uruguaio. Dilma ressaltou que não é necessário que todos os membros do Mercosul apresentem propostas ao mesmo tempo.

Trata-se de uma mudança fundamental defendida por Uruguai e Paraguai e que durante anos se chocou com a reticência de Brasília e com dificuldades econômicas da Argentina. O Brasil que se opunha a negociações fora do bloco tem mudado sua postura diante a estagnação econômica e da pressão do empresariado.

Saudemos que novos rumos da política externa de comércio estejam surgindo prenunciando uma luz no fim do túnel.

Relembro que durante o governo Lula foi priorizado o intercâmbio com países do hemisfério sul, principalmente a África. Esses países não tiveram apenas estimulado o comércio como foram agraciados com polpudos financiamentos do BNDES para empresas brasileiras construírem obras as mais diversas. Não é preciso recordar que muitos ficaram inadimplentes e tiveram suas dívidas perdoadas.

Paris, 10/06/2015 – A presidente Dilma Rousseff vai propor hoje que a troca de ofertas entre o Mercosul e a União Europeia visando um acordo de livre comércio aconteça até julho. O pedido será feito nesta quarta-feira, 10, e quinta-feira, 11, durante reuniões bilaterais com líderes europeus presentes à reunião de cúpula entre UE e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que começa em Bruxelas, na Bélgica. Entre as reuniões previstas, estão encontros com Angela Merkel e Alexis Tsipras.

Questionada sobre a posição da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, até aqui reticente sobre avançar no acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, Kátia Abreu ressaltou que o governo brasileiro está disposto a avançar mesmo sem a cooperação dos vizinhos. “Se eles quiserem ficar para trás, nós estamos prontos”, disse a ministra. “Não tem jeito. Politicamente para ela (Cristina) ficar para trás hoje é muito ruim. Seria o ideal aceitar, mas se não quiser aceitar, ou vem ou vai ficar.”

Jayme José de Oliveira – cdjaymejo@gmail.com

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