MetSul alerta para chuva forte, temporais e massa de ar frio mais intenso
As imagens de satélite da manhã desta quarta-feira (10) já mostram um significativo aumento da nebulosidade sobre o Centro da Argentina e que tende a se deslocar para o Uruguai e o Sul do Brasil.
Hoje já não se pode descartar instabilidade em pontos isolados do Oeste do Estado no final do dia, mas deve ser entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira (11) que a instabilidade ganhará muita força no Uruguai e no Sudoeste do Rio Grande do Sul. A quinta-feira ainda começará com sol em muitas áreas do Centro para o Nordeste do Estado, o que vai propiciar, mas no decorrer do dia espera-se aumento da nebulosidade com o avanço das áreas de instabilidade que traze chuva desde cedo para pontos do Sul e do Oeste. Até o final da quinta-feira, o mau tempo toma conta da maioria das regiões.
A MetSul Meteorologia alerta que o quadro de instabilidade entre amanhã e sexta-feira no Rio Grande do Sul será significativo e até preocupante pelo potencial de transtornos em algumas áreas. É chamada a atenção que a atuação de uma área de baixa pressão e na sequência a passagem de frente fria devem trazer chuva forte a intensa para grande parte do Estado.
Não deve ser um episódio de chuva forte apenas localizada, mas, ao contrário, se projeta um cenário de chuva volumosa na maioria dos municípios do Rio Grande do Sul. Um elevado número de municípios do Estado deve ter chuva entre 50 e 100 mm no período, e alguns pontos podem ter acumulados tão altos quanto 100 a 150 mm ou até mais.
Significa que extensas áreas do Rio Grande do Sul podem ter em apenas 24 a 36 horas chuva equivalente ou superior à média histórica de precipitação de todo o mês de abril.
Volumes muito altos de chuva (50 mm a 100 mm) poderão ser anotados em pontos isolados em curto intervalo de tempo (até 3 horas), o que trará o risco de alagamentos em áreas urbanas e rápida subida de rios e córregos. No vizinho Uruguai, a chuva mais intensa deverá se concentrar do Centro para o Norte do país amanhã (11). Aqui no Rio Grande do Sul, os maiores acumulados tendem a ser registrados do Centro para o Sul e o Oeste amanhã e no início da sexta-feira (12), enquanto do Centro para o Norte do Estado a chuva mais forte é provável durante a sexta e no começo do sábado (13).
Será um evento de chuva volumosa no Rio Grande do Sul, mas há preocupação também com o risco de tempo severo. A área de baixa pressão e depois a frente fria vão atuar em uma atmosfera mais aquecida sobre o Sul do Brasil à medida que entre hoje e amanhã vai haver o ingresso de ar mais quente no Rio Grande do Sul.
Com isso, se espera a formação de nuvens carregadas com potencial de provocar temporais isolados com chuva forte a torrencial, rajadas de vento forte e queda ocasional de granizo.
Vendavais isolados com potencial de danos são possíveis neste evento pela presença de nuvens de desenvolvimento vertical. O risco maior de tempo severo é mais alto no momento inicial da instabilidade entre amanhã e o começo da sexta-feira, mas no decorrer da sexta-feira ainda não podem ser descartados alguns eventos severos localizados.
Um ciclone extratropical começa a se formar junto à costa da Argentina entre sexta-feira e o sábado a partir do momento em que a área de baixa pressão avança de Norte para Sul junto ao litoral argentino, aprofundando-se muito. Este sistema fará com que a frente fria deixe o Rio Grande do Sul rapidamente no sábado com ingresso de uma massa de ar seco e frio.
O ciclone se intensifica de sábado para domingo e garantirá ar muito seco sobre o Estado e o Uruguai, o que vai favorecer um resfriamento acentuado.
Com o ciclone e a advecção de ar muito frio o fim de semana será de muito vento no Uruguai, sobretudo em departamentos costeiros como Montevidéu.
Rajadas de 70 a 90 km/h. Não é um cenário de temporal, mas sim de vento forte com baixa sensação térmica, comum e normal no ingresso de fortes massas de ar polar.
O ar frio também chega com vento aqui no Estado, como é normal, especialmente no sábado, mas não há indicativo de rajadas muito intensas.