Meu strip tease na Feira do Livro

“Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incomum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado”.

É também por esta razão que farei meu strip tease em plena Feira do Livro de Osório, no primeiro dia deste dezembro que promete ser dos mais temperados.

Tudo se iniciou em agosto de 2007, quando o jovem e dinâmico idealizador do Litoralmania, Rogério Bernardes, presenteou-me, acolhendo nestas páginas eletrônicas a Coluna Notas Dissonantes, onde dei asas às minhas pretensões de me tornar um escrevinhador.

De lá para cá, foram 318 crônicas que abordaram desde os temas mais intimistas que invadem a alma dos poetas e sonhadores, até a frustração, o desencanto, o desalento e o pesadelo tornando-se a execrável realidade de cada novo dia de presenciar este País, tão abençoado em sua Natureza, ser esbulhado, vilipendiado, estuprado pelos abutres da fraude, da corrupção, da lavagem de dinheiro, da rapinagem e do roubo contra o patrimônio público nacional com as bênçãos do “estadista” honoris causa, que jura, com os nove dedos erguidos aos céus de que nunca soubera de nada. Os Partidos – como instituições políticas – hão de ser maiores que a banda podre que tenta lhes corroer as entranhas, ah, isso sim!

Daquela data para cá, ousei aventurar-me no universo mágico da literatura, lançando, em 2008, a novela Mar da Serenidade e em 2012 a novela para adolescentes, Uma Casa Chamada Nazareth.

Nos 318 artigos, escritos nestes cinco anos, recebi toda a variação de críticas: elogiosas, concordantes, discordantes (em sua maioria de forma polida, educada e fundamentada), com apelidos e e-mails autênticos e, é claro, as raivosas e ofensivas,  algumas delas com a identidade “camuflada”, por supuesto. Mas isso não tem relevância, pois todas elas (próximas aos novecentos comentários registrados no Litoralmania, ao final de cada texto), sem exceção, serviram para a maturação de uma nova aventura: a edição de uma coletânea de crônicas e alguns contos revistos e reescritos que geraram, enfim, meu último livro.

No dia 01 de dezembro, portanto neste próximo sábado, às 17 horas, faremos – O Corpo de Gioconda e eu – o nosso strip tease. Sim, o desnudamento dos que nos perpassa a alma.

Sentir-me-ei por demais honrados em trocar abraços com cada leitor que, neste percurso todo, no Litoralmania, emitindo ou não o seu comentário, prestigiou Notas Dissonantes. Então, faremos um brinde à vida. E “Gioconda”, ao ser levada sob os braços dos que se fizerem presentes, há de sorrir, vaidosa em sua alva e etérea beleza.

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