Microcefalia: país vive mais terrível epidemia e deve chegar a 50 mil ocorrências em 2016, diz deputado

images2O deputado federal Osmar Terra, que preside as frentes parlamentares da Saúde e da Primeira Infância e coordena as ações da Câmara em relação à microcefalia, afirma que a epidemia se espalha com velocidade maior do que a esperada:

– O último levantamento feito pelo Ministério da Saúde indica que até o dia 12 de dezembro o Brasil tinha 2.165 casos suspeitos de má-formação em 549 municípios de 19 Estados e Distrito Federal. Dados anteriores, do dia 4 de dezembro, eram de 1761 bebês com suspeita em 13 Estados e Distrito Federal. O crescimento tem sido geométrico, assustador.

O parlamentar faz uma previsão pessimista:

– A progressão da epidemia é muito rápida e acelera a cada semana. Até o final de 2015 poderemos ter oito mil ocorrências. No ano que vem, chegaremos a 50 mil. Estamos tratando da mais terrível epidemia que vai assolar esse País por muitos anos, com danos cerebrais irreversíveis. Crianças vão precisar do apoio da família e do setor público por toda da vida. Não vão falar nem andar -, alertou Terra na comissão geral sobre a microcefalia no Plenário da Câmara dos Deputados, realizada hoje (16/12).

COMBATE AO MOSQUITO

Para Terra, o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti é fundamental, enquanto não existir vacina para as doenças transmitidas pelo inseto:

– A vacina é decisiva e estamos há cinco anos para fazer a vacina da dengue. Não pode ser uma coisa de competência. Isso é incompetência. Não é um assunto simples. É um assunto para gabinete de crise 24 horas. Ou acabamos com o mosquito ou vamos ter uma geração inteira de crianças sem conseguir sair de casa. Tem que ter um orçamento só para microcefalia- , defende.

Terra destaca o surgimento da síndrome neurológica Guillan-Barré nos estados onde circula o zika vírus, que atinge adultos e causa uma paralisia progressiva. Na maioria dos casos, é temporária, mas, dependendo da severidade, pode matar e a causa deve ser a mesma da microcefalia:

– A luta contra o mosquito vai muito além do Ministério da Saúde. Uma retroescavadeira que cubra poças de água, uma Secretaria de Obras pode fazer muito mais para eliminar os focos de mosquito do que a Secretaria de Saúde do município.

O deputado quer a mobilização das Forças Armadas, Defesa Civil, governos estaduais, prefeituras, voluntários, para eliminar os focos de Aedes aegypti, em floreiras de cemitérios, ferro-velho, caixas d’água, garrafas com gargalo para cima e até mesmo em tampinhas.

Terra pede uma ação forte do governo federal:

– Há uma dificuldade enorme de se eliminar esse mosquito, até porque as ações ainda são insuficientes para enfrentar esse problema.

Diante da realidade de se estar criando uma geração de crianças com grave deficiência física e mental, temos que agir rápido. Não vamos evitar que nasçam as crianças que já estão com microcefalia no útero da mãe. Elas vão nascer. Mas, podemos evitar que dezenas de milhares de crianças nasçam com esse problema.

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