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Militares no Egito indicam disposição para retirar presidente

O comando das Forças Armadas do Egito indicou hoje (3) que cobrará o ultimato dado ao presidente Mouhamed Mursi, para que atenda às reivindicações dos manifestantes que ocupam as ruas das principais cidades do país. Em comunicado, o chefe das Forças Armadas egípcias, Abdel Fatah Al Sisi, disse que os militares aguardam as “horas finais”. Para especialistas, é a indicação de que haverá um golpe de Estado.

Al Sisi disse que é  “mais honroso morrer do que ver o seu povo sentir-se aterrorizado ou ameaçado”. Na rede social Facebook, ele publicou mensagem referindo-se às “horas finais”, prometendo que o Exército “sacrificará seu sangue pelo Egito e o seu povo contra cada terrorista, extremista ou ignorante”.

Nas ruas, há manifestantes contrários a Mursi e simpatizantes do governo. Os críticos acusam Mursi de autoritarismo, os simpatizantes lembram que ele foi democraticamente eleito e retirá-lo do poder é promover um golpe de Estado. Além dos militares, apoia os protestos contra Mursi o Movimento Tamarrod (cujo significado em árabe é rebelião). Ontem (2), Mursi ocupou cadeia de rádio e televisão para anunciar que está determinado a manter-se no poder.

A crise no Egito se agravou nos últimos dias em meio a confrontos entre manifestantes e policiais e renúncias de assessores próximos a Mursi. Em menos de uma semana, seis ministros pediram demissão e os dois porta-vozes – do presidente e do primeiro-ministro – renunciaram. Nas ruas, aumenta a pressão para Mursi abrir mão do poder.

Pelo menos 16 pessoas morreram apenas ontem (2) nos conflitos e mais de 200 ficaram feridas no Cairo, a capital. No Sul do país, em Giza, também houve confrontos e feridos. No total, segundo informações oficiais, 47 pessoas, inclusive um norte-americano, morreram durante os protestos que ocorrem desde a semana passada.

Para especialistas, a crise no Egito é causada por um conjunto de fatores: o agravamento da situação econômica interna, com inflação elevada e aumento no número de desempregados, a pressão dos militares por mais espaço e o isolamento político de Mursi.

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