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Mineirin comprou “trem” por petróleo

O brasileiro é pródigo em anedotários, sobretudo para fazer de outrem o “pato” da piada. Isso se vê muito entre os Estados e Municípios que se rivalizam: paulistas x cariocas; gaúchos x catarinenses; cariocas x mineiros. As cidades gaúchas, então, são ricas nas disputas entre si: Lajeado x Estrela; Caxias do Sul x Nova Trento ou Flores da Cunha. Destas últimas, conhece-se a célebre história do galo.

Diz a lenda que havia aparecido um mágico em Nova Trento, muito famoso. O mágico propôs-se a cortar a cabeça do galo, com um cutelo e, após, empregando um líquido milagroso especial grudaria novamente no corpo do galináceo, fazendo-o caminhar pelo palco do teatro.

O Cine-Teatro Pró-Trento estava repleto de gente no dia do espetáculo. Pagaram uma entrada caríssima, só para ver a façanha proposta pelo mágico.

O mágico colocou o galo sobre um cepo e chamou para o palco o Intendente Municipal e o Delegado de Polícia. Eles deveriam segurar o galo – um pela cabeça e o outro pelo restante do corpo – e servir de testemunhas da veracidade o fato que iriam presenciar. Pegando o cutelo, bem afiado, o mágico cortou o pescoço do galo, separando a cabeça do corpo. Após fazer diversos rituais e gestos, acompanhados de sinais cabalísticos, o mágico pediu para se retirar do palco por alguns instantes, com a justificativa de que ele iria pegar o líquido milagroso especial. Logo em seguida, o mágico voltaria para grudar a cabeça do galináceo. Ao invés disto, ele saiu pela porta dos fundos do teatro e levou todo o dinheiro arrecadado com venda das entradas.

Volta e meia ouve-se, sobretudo dos cariocas, a zombaria com os mineiros, só porque estes usam a palavra ‘trem’ como sinônimo de bagagem, de objetos diversos. No passado, diziam que os mineiros iam ao Rio de Janeiro para comprar bonde. Daí à piada – narrando a tentativa de se enganar um incauto qualquer –, foi um pulo. E os mineiros acabaram pagando o pato.

Se essas histórias não passam de simples anedotas, o que estamos ora presenciando é mais do que uma sórdida e incompetente (para não taxar-lhes do pior!) gestão dos negócios públicos por parte da presidente, seus ministros e da cúpula petista-palaciana: a compra da fajuta refinaria de Pasadena.

A Petrobras pagou por uma aquisição no ano de 2006 mais de US$ 1,2 bilhão por uma refinaria que a empresa belga adquirira, em 2005, por US$ 42 milhões.

Dilma Rousseff, mineira, instada a explicar por que avalizara um negócio tão ruinoso, “tirando o seu da reta” (estratégia contumaz dentre seus sequazes), alegou que as “informações incompletas” a induziram a erro.

Será a anedota do mineirin querendo se transformar em realidade?

Não creio! Ao que tudo transparece, há sob o tapete um inimaginável lixão.

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