Ministro egípcio diz que Estados Unidos querem impor “vontade”
“Eu fiquei realmente atônito, porque neste momento, enquanto falamos, há 17 mil prisioneiros soltos nas ruas após escapar de prisões que foram destruídas. Como vocês podem me pedir para dissolver o estado de emergência enquanto estou em dificuldades?”, reagiu Gheit.
Ao ser perguntado se o apelo do governo norte-americano por mudanças imediatas e significativas não representavam “um conselho útil de um amigo”, o ministro respondeu que “de maneira alguma”.
“Quando vocês falam de rápido, imediato, é agora”, disse o ministro. “Vocês [norte-americanos] estão impondo sua vontade [ao Egito]”, afirmou ele, que acrescentou, no entanto, que nada vai se alterar as relações entre Estados Unidos e Egito.
Segundo Gheit, o governo do Egito já traçou um plano para a implementação de reformas e esse projeto está indo adiante, mas precisa de tempo.
Ontem (9) o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo do Egito deve “fazer mais” para atender às exigências da população e que as medidas tomadas até agora não atingem nem mesmo o limite mínimo exigido pelos manifestantes. “Acho que o processo de transição não parece estar alinhado com o povo do Egito”, disse Gibbs.
Segundo ele, enquanto o governo egípcio não tomar medidas “concretas” os protestos vão continuar.
O porta-voz da Casa Branca disse ainda que os Estados Unidos estão revisando seu programa de ajuda ao Egito e que a moderação do governo egípcio e a implementação de reformas irão determinar o futuro do programa.
O Egito recebe dos Estados Unidos mais de US$ 1 bilhão por ano em assistência, grande parte destinada ao setor militar.