Morre o jornalista David Coimbra

Morreu aos 60 anos nesta sexta-feira (27), em Porto Alegre, o jornalista David Coimbra.

Ele estava internado desde domingo (22) no Hospital Moinhos de Vento para tratar um câncer no rim descoberto em 2013.

David deixa a esposa, Márcia, e o filho, Bernardo, de 13 anos.

Desde 2013, o jornalista transitava entre Boston, nos Estados Unidos, e o Brasil, para realizar tratamento experimental contra a doença.

O câncer foi tema do último livro de David Coimbra, “Hoje eu venci o câncer”, lançado em 2018, no qual o jornalista relata como descobriu e quais métodos o ajudaram no tratamento.

Nos anos 1990, assumiu como editor de Esportes de Zero Hora e promoveu uma mudança de forma e conteúdo.

Nas reportagens que estimulava sua equipe a fazer, tão relevante quanto o resultado em campo eram as histórias que o futebol proporcionava.

David Coimbra foi atração na feira do Livro de Osório em 2008

“Havia aqui no jornal um repórter chamado John Lennon. Apelidado, digo. Não era parecido com o John Lennon da Yoko, nem cantava, que eu soubesse. Mesmo assim, todos o chamavam de John Lennon por alguma razão. John Lennon gostava muito de futebol”.

Assim começava a crônica de David Coimbra, na Zero Hora de  quarta-feira, 03/12, descritiva e aliando uma história ao esporte.

Em um final de tarde em 2008, o colunista participou de um bate papo com o jornalista Antão Sampaio no palco da feira do Livro de Osório.

Disse que começou na Zero Hora substituindo ora  Rui Ostermann, ora Paulo Santana, até que conseguiu um espaço no caderno de esportes. É bastante despreocupado em dar sua opinião e utiliza o sistema de contar histórias para escrever seus textos.   Destaca as mulheres em suas crônicas porque acha que estas se preocupam demais com os homens.

Sobre sua experiência de participar da cobertura da Copa do Mundo relatou que ficou encantado com a cultura do povo oriental.  Tem lido  bastante história, Primeira Guerra Mundial, textos do jornalista Julio Mesquita. “A leitura transforma as pessoas e faz com que elas evoluam”. Exemplificou esta frase dizendo que a leitura contribuiu  bastante para o crescimento profissional do jogador Émerson que atuou no Grêmio. Outro exemplo foi o de um apenado que fazias várias anotações na cadeia, David as transformou no livro “Diário do Diabo”, não fez sucesso, mas foi uma experiência bastante gratificante.

Disse que o seu dia-a-dia é bastante movimentado, suas atividades são cronometradas, tem um número de minutos para tomar café, para participar de um programa de rádio ou televisão, se demorar em determinada tarefa pode acarretar outra. Sua vida mudou bastante e para melhor após a chegada do primeiro filho, Bernardo.

Os sentimentos afloraram. Sobre  as drogas disse que o adolescente é muito susceptível a tudo que é contraventor. “Quem entra para esse mundo é um verdadeiro otário”. O autor após o bate-papo,  concedeu muitos autógrafos e aconselhou a todos àqueles que escrevem textos. Ao deparar-se com uma mãe com o filho no colo pediu para pegar a criança, disse ele “eu me derreto com crianças”.

Antes de ir embora,  David ainda plantou um pé de ipê roxo na praça da Catedral.

Receba as principais notícias no seu WhatsApp

Xis do Jô

Comentários

Comentários