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Mulheres na Política

No Brasil, não é fácil uma mulher percorrer os caminhos de luta e superação dos preconceitos e chegar a governar um estado, ou um país. Elas são mais da metade da população, mas ainda são poucas nos parlamentos. O poder político reflete a estrutura de preconceitos que ainda existe na nossa sociedade. Esta discriminação é parte de um poder como domínio e política excludente. Não há dúvida, de que as mulheres conquistaram vários espaços que antes eram exclusividade dos homens, mas a arena política brasileira ainda continua sendo um território essencialmente masculino.

Ainda temos poucas mulheres se engajando na área política. Isso acontece, porque a sociedade ainda tem um grande conjunto de preconceitos a resolver. A política brasileira é um ambiente extremamente machista. Na Câmara dos Deputados, das 513 vagas, apenas 46 são ocupadas por mulheres (8,9%). No Senado das 81 cadeiras, 10 são mulheres (12%). A poucas mulheres que estão no Congresso não conseguem ser relatoras ou atuar em projetos que tenham importância central para o governo. A atuação delas fica limitada a assuntos ligados às próprias mulheres.

Segundo a ONU, a pesar de leis específicas que estabelecem cotas para a participação das mulheres na política, a desigualdade de gêneros no que se refere ao número de cadeiras parlamentares é a maior de toda a América do Sul, superando a média africana. A discriminação de gênero é mais óbvia no que concerne à participação das mulheres no mercado de trabalho. Há muitas empresas que se preocupam em trabalhar a questão de gênero com seus funcionários. Implantando políticas focadas nas diferenças e igualdades entre homens e mulheres. No entanto na política, não se percebe esta preocupação. E quanto mais antigo o partido, mais excludente em relação a mulher.

O cientista político Romi Krás Hahn, afirma: “Em todo o mundo, em especial nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, a participação das mulheres na política ainda é pequena”. As razões são várias. Mas uma das principais é a forte cultura machista das sociedades. Ainda é forte a idéia de que cabe à mulher a obrigação da dupla jornada. Ou seja: trabalhar fora e cuidar dos assuntos domésticos no restante do dia. Dessa forma como a mulher vai ter tempo para participar de associações, conselhos, diretorias de clubes?

No Brasil, as mulheres somente conquistaram o direito ao voto há pouco mais de setenta anos.
Outro aspecto significativo que dificulta a participação da mulher e que também está ligado ao machismo é a dificuldade de se firmarem como lideranças dentro dos partidos políticos.  Além disso, o período de campanha eleitoral exige que os candidatos transitem por ambientes considerados “masculinos” como bares, “bolichos”, canchas de bocha, campos de futebol, etc. Os comícios são, na maioria das vezes, à noite. Isso acaba condicionando a participação da mulher à concordância e/ou participação de seus maridos / namorados.”

Eu Maria Ivania acredito que há duas coisas a serem feitas para mudar o quadro. A primeira delas; é oportunizar a participação da mulher na política municipal. Dando-lhes acesso para criar políticas voltadas para a mulher. Segundo, é criação de um sistema de cotas efetivo obrigando os partidos a cumprirem este quesito.

Nossa legislação estabelece que cada partido deve ter 30% de candidatas, mas o partido que não cumpre esse requisito não sofre punição. Ou pelo menos, não tomei ciência de partido que tenha sofrido alguma penalidade pelo descumprimento. Obter a porcentagem de candidaturas, não significa necessariamente  um grande número de mulheres eleitas.

Hoje as mulheres estão em associações, sindicatos e partidos porque possuem coragem e uma grande capacidade de se organizar. Defendem suas causas com garra, mas, nem por isso estão empoderadas suficientemente para participar da direção dos mesmos.

Essa é uma luta que necessitará muito esforço, pois lutamos com uma cultura enraigada há muito tempo. Necessitamos fazer um movimento para capacitar às mulheres, para sermos líderes e ao mesmo tempo disputarmos esses cargos públicos a que legitimamente temos direito.

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