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As mídias dão notícias, hoje, 23.08.2011, que um grupo de sete jovens, meninos e meninas na qual, somente, dois tinham mais que 12 anos e menos que 15, agiu em São Paulo produzindo diversos furtos e, em maior grau, danos materiais a instalações particulares e de duas delegacias para onde foram levados sendo que, da última fugiram.

Chamou a atenção o fato de que os menores tinham consciência de sua condição de impunidade penal. Ressalte-se, também, que não apareceram os pais, parentes ou qualquer tipo de responsáveis pelas crianças. Depreende-se, então que são menores de idade que sem, qualquer restrição a sua liberdade de ir e vir estão organizados e preparados para produzir delitos que resultam impunes e para resistirem a ação policial que, sem qualquer resultado, tentar detê-los.

As cenas mostram a extrema agilidade, experiência e violência com a qual os menores resistiram à força policial militar que tentava segurá-los. Imagine-se quando estas crianças tiverem 18 ou 20 anos e que seus corpos estejam fortificados e robustos e que suas mentes estejam treinadas pelo exercício, diário, da violência e brutalidade.

Serão imbatíveis!!! Faço esta introdução para referir que, também hoje, o Supremo Tribunal Federal, ao garantir aos servidores do Senado, a percepção de rendimentos superiores a 26 mil que é o teto definido pela Constituição demonstrou, claramente, que existem dois Brasis.

Um Brasil que tudo pode, tudo faz e tudo recebe e outro Brasil que não tem pai, não tem mãe, não tem infância, não tem escola, não tem casa, não tem comida, não tem saúde. Não tem amor e não tem sonhos.

Não tem exemplos para seguir e que, por isto, com menos de 15 anos, assalta, rouba, briga com a policia, resiste a prisão e quando preso, depreda os bens públicos e como zumbi possuído por demônios evade-se da reclusão e foge para a rua , na qual continuará o exercício de seu oficio, a margem social, até que cresça e uma bala ou mais de uma, acabe com vida inútil e sem sentido.Morto será enterrado como indigente em cova rasa, sem direito a nome ou cruz..

As notícias de hoje mostraram os dois brasis cujas existências, totalmente diferentes produzem resultados similares. O primeiro que tudo recebe, rouba a nação via altos salários, via privilégios, via apadrinhamento, via corrupção e via impunidade.

O segundo que nada tem, rouba a nação pela força bruta do estado de necessidade. A existência de um pressupõe a existência do outro. Os ladrões engravatados das salas com ar condicionado e com carros blindados são irmãos gêmeos dos delinqüentes de rua de todas as idades.

A única diferença, agravante, é que os recursos com os quais se fartam no banquete nacional, são os mesmos que faltam para construção de postos de trabalho, de escolas, de hospitais, de casas de acompanhamento, de salários dignos para professores, de moradia e de condições minimamente humanas para a classe que vive além da zona de miséria neste país e que produz os malfeitores juvenis… Somos responsáveis e pagamos os preços das nossas escolhas, tanto como pessoas ou como sociedade. Precisamos repensar nosso momento atual e projetar nosso futuro. Precisamos descobrir o que queremos.

Quando soubermos isto, precisamos definir o modo de atuação para alcançarmos que queremos. Se quisermos menores infratores, se quisermos ausência de escola universal para todos os brasileiros, se quisermos prisões superlotadas, se quisermos assaltos de todas as espécies, se quisermos que a sociedade brasileira se degrade cada vez mais, se quisermos saúde de péssima qualidade, se quisermos favelas em cada cidade, se quisermos esgoto a céu aberto, se quisermos cidades e campos famintos, se quisermos uma cidadania abaixo de qualquer qualificação, se quisermos e se acharmos que isto é o nosso futuro podemos e devemos nos conformar com salários de 26 mil, garantidos pelo STF e com despesas incomensuráveis para custear a classe política, nos municípios, nos estados e na união.

Agora, se restar um mínimo sonho de mudança, uma possibilidade ainda que tênue de justiça social, se existir um a Luz, ainda que fraca, a iluminar nosso futuro nós temos o dever de dizer NÃO!!!

Não é este o país que nós queremos!!! Não é este o futuro que desejamos, não é este o destino que queremos para o nosso povo e para nossa Pátria. E na grande vós da Consciência da Nação, expressaremos nossa vontade de nos darmos as mãos e virarmos o jogo e construirmos uma nova sociedade mais igual, mais justa e mais fraterna. Nesta sociedade as crianças estarão na escola aprendendo a ler, para terem uma profissão digna que os ajude a construir uma família digna e um Pátria Livre.

Os adultos estarão nos seus locais de trabalho, no campo e na cidade, produzindo suas subsistências e consolidando a riqueza da Nação. Nesta sociedade que sonhamos os MALFEITORES – se existirem malfeitores- estarão respondendo por seus delitos, na forma da Lei.

É preciso escolher sabendo que nossas escolhas produzirão frutos e nós seremos responsáveis pela colheita…

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