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Nudez na Rede

A Declaração Universal dos Direitos Humanos e as Constituições dos Países onde é basilar o regime democrático de direito reconhecem que toda a pessoa tem o direito à inviolabilidade do seu domicílio e à inviolabilidade e circulação da sua correspondência. A privacidade do lar, da família, dos bens e valores antecedeu a todo e qualquer ordenamento escrito.
No entanto, o avanço tecnológico, e aqui falamos da Internet e sua infinita gama de aplicativos, se sobrepôs ao Bem e ao Mal, desconsiderando, assim, todos os limites permitidos pelo ético, pelo tão em voga, politicamente correto.

O escândalo da hora, o caso envolvendo a publicação de 36 fotos íntimas e a tentativa de extorsão em que a vítima foi a atriz global Carolina Dieckmann, ganhou manchetes internacionais, pois o site pornográfico que primeiro divulgou as fotos está hospedado em Londres.

A atriz esclareceu que “as fotos foram tiradas para a intimidade do casal”.

Sem a pretensão de fazer juízo de valor, mas já o fazendo, soa no mínimo extravagante tal “explicação”. Carolina e o parceiro, então, se utilizam da visão das fotos para “aquecer” os jogos de amor? La Dieckmann, em mantendo arquivo de fotos íntimas e reveladoras, ao enviar o CPU para revisão técnica nada mais fez do que sair na chuva disposta e se molhar.

O atual status quo da sociedade tem demonstrado que privacidade não mais se tem como direito inalienável a ser preservado com todas as garantias. Em Capão da Canoa há um grande condomínio para onde migraram quase todos os emergentes da aldeia. É hilário ouvi-los dizer onde moram. Enchem os pulmões e arredondam bem as sílabas e respondem: No “OOOOO”! Onde vai ser a festa? No “OOOOO”! O répiau? No “OOOOO”! E as janelas dos dormitórios distam metro e meio das do vizinho.

Os sites de relacionamentos – Twitter, Orkut, Facebook, Badoo, etc. – estão desnudando os navegadores, na mais íntima de suas essências. Não há critérios, o non sense, o absurdo predominam, como a foto postada por um conhecido comunicador aldeão, relaxadamente sobre a cama de um hotel em Rivera.
Ele, ao menos, estava vestido!

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