Números revelam que familiares são os maiores agressores dos idosos
Em 2012, o Rio Grande do Sul já teve 161 registros de maus-tratos, segundo números do Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Porto Alegre foi a cidade com maior número de casos, 15% do total. Gravataí teve 13% e Canoas e Pelotas, 6% cada. A maioria dos agredidos é mulheres, brancas e na faixa dos 75 anos.
Entre os agressores, também lideram as mulheres, com menos de 60 anos. Na maioria dos casos é filhas dos agredidos. Boa parte das denúncias é de negligência, violência física e psicológica e abuso financeiro.
Centros de convivência
Preocupada com esses números, a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos
(SJDH) criou uma coordenadoria para tratar especificamente das questões dos idosos. Segundo o coordenador da Política do Idoso, Cezar Slaviero, o órgão está em busca de parcerias, principalmente com o Governo Federal, que viabilize a construção de centros de convivência de idosos em todo o Estado.
Slaviero explica que os locais ofereceriam programas de atividades físicas e serviços de terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia e assistência social. “Os centros são uma forma de os idosos se ocuparem e também saírem um pouco do lar e do convívio assíduo com pessoas que, às vezes, não sabem lidar com eles, gerando níveis de estresse em casa. Com esses centros cremos que diminuiria o percentual de violência doméstica”, opina Slaviero.
Qualificação de agentes
A SJDH também tem programado para o segundo semestre deste ano cursos de
qualificação de gestores municipais integrantes da rede pública, como assistentes
sociais, profissionais da área de saúde e de entidades que trabalham com idosos. Serão tratados temas como violência contra os idosos e envelhecimento com qualidade. Slaviero acredita que com as capacitações, a rede que cuida dos idosos poderá multiplicar as informações e diminuir a violência contra eles.
Para a presidente do Conselho Estadual do Idoso, Eliane Blessmann, a violência contra a pessoa idosa tem de ser enfrentada todos os dias. Segundo ela, o Estatuto do Idoso foi um grande avanço nessa área. “Depois do estatuto, as questões de violência passaram a ser mais evidentes e as pessoas passaram a fazer mais denúncias”, diz a presidente. Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ainda são os mais procurados para denúncias, seguido das promotorias de Justiça e delegacias.