Poucos campos da medicina mostraram–se tão dispendiosos, drenando dinheiro e esforços em mudanças de hábitos e estilo de vida, enquanto muitas vezes se omitem os Serviços de Saúde, com a ideia de que combater o problema da obesidade equivaleria, de alguma forma, ao preconceito contra os indivíduos obesos.
A Obesidade é por si só uma das principais causas de doenças do coração, pressão alta, diabetes, infartos, acidentes vasculares cerebrais, tromboses em membros inferiores, genoartroses e cânceres, sendo, por tanto, a principal causa isolada de perda de qualidade e de anos de vida.
A Obesidade é também fonte de sofrimento psicológico, social, econômico e laboral, podendo dificultar virtualmente todos os aspectos da vida, dependendo de seu grau e do desenvolvimento e acúmulo de diferentes complicações de saúde.
A reeducação alimentar e o exercício físico permite algum benefício em alguns pacientes, e melhora acentuada em muito poucos. A maioria dos pacientes, entretanto, necessitará de um complexo e caro conjunto de estratégias, que permitirá uma mudança sensível de peso e saúde para uma parcela bem mais elevado de casos.
A obesidade produz–se por fatores culturais, emocionais, psiquiátricos, mas também por modificações gradativas no funcionamento do corpo que impactam sobre o apetite, paladar, saciedade, e sua disposição para converter as gorduras em energia consumível.
Medicamentos podem induzir mudanças no modo como o corpo se relaciona com alimentos e nutrientes, para o mal e para o bem.
Considerada a primazia dos fatores emocionais e psiquiátricos na manutenção do comportamento compulsivo alimentar, a psiquiatria do emagrecimento deve ser considerado um campo muito bem vindo a somar ao grande grupo de profissionais que se dedicam a ajudar esses pacientes, entre nutrologistas, psicólogos, endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, enfermeiros e cirurgiões.
*Dr. Sander Fridman – psiquiatria, neuropsiquiatria, psiquiatria do emagrecimento.
