OMS divulga guia para prevenção e tratamento de aids entre gays e transexuais
Os homens que fazem sexo com homens (HSH) têm 20 vezes mais risco de serem infectados pelo vírus HIV em comparação com o restante da população, segundo a OMS.
Entre os transexuais, a taxa de infecção varia de 8% a 68%, dependendo do país ou da região.
Para a OMS, esses grupos de pessoas têm dificuldade de pegar um preservativo ou tomar um antirretroviral por sofrerem discriminação e estigma. Uma das recomendações do organismo internacional é criar leis antidiscriminação e de proteção aos direitos humanos, além de abrir os serviços de saúde para atendê-los.
“Mais de 75 países criminalizam pessoas que mantêm relação sexual com o mesmo sexo. Os transexuais não são reconhecidos legalmente na maioria dos países. Essas condições forçam os HSH e os transexuais a sofrer sanções penais se quiserem discutir seu nível de risco sexual com um profissional de saúde. Eles [países] também autorizam a polícia a intimidar organizações que prestam assistência a essas populações”, diz o guia.
Outras orientações incluem o incentivo ao uso de preservativo e a oferta de teste rápido de aids a esses grupos.
O diretor do Departamento de HIV/Aids da OMS, Gottfried Hirnschall, ressaltou que não há como conter a epidemia mundial de aids sem orientações específicas aos homossexuais e transexuais.
Estudo divulgado no ano passado pelo governo brasileiro constatou taxa de prevalência do HIV entre jovens gays com mais de 18 anos de 10,5%, acima da estimada na população masculina de 15 a 49 anos (0,8%).
De acordo com a pesquisa, 57% dos homens em geral usam preservativo em relações sexuais com parceiros casuais, contra 54,3% dos jovens homossexuais.