Policial

Operação Octopus é deflagrada no combate aos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa

Operação Octopus é deflagrada no combate aos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosaNo combate aos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa relacionados à exploração de jogos de azar, a Polícia Civil desencadeou, nesta segunda-feira (12), a Opeação Octopus em Porto Alegre, Capão da Canoa, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão e Xangri-Lá. Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais, empresas e residências, além do sequestro de 54 veículos e de 35 imóveis. Durante as buscas, foram apreendidos documentação relacionada ao jogo, dinheiro e ceduleiras de máquinas caça-níquel.

As investigações, que foram realizadas pela Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro (DRLD), do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), começaram com uma denúncia feita por uma cliente das casas de jogos que, após perder mais de R$ 100 mil para bingos e máquinas caça-níquel, procurou o Ministério Público em busca de ajuda. As informações prestadas pela vítima foram compartilhadas com a Polícia Civil.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Filipe Bringhenti, foi verificada a prática de lavagem de dinheiro na medida em que a denunciante tinha comprovantes de cartão de crédito de máquinas empregadas para a compra de crédito nas casas de jogos.

“O que chamou a atenção foi o fato de que os dados que constavam na via extraída do cartão eram de diferentes empresas, dos mais diversos ramos, o que é comum na lavagem de dinheiro. Nesse caso, a empresa é aberta no intuito de esquentar o dinheiro proveniente de infração penal. Máquinas de cartão são contratadas em nome da empresa, mas, ao invés de serem empregadas para vendas na atividade declarada, são levadas até a casa de jogos de azar. Lá, jogadores compram créditos, sendo que o valor faturado pelas máquinas entra para a conta da empresa supostamente lícita”, explicou o delegado.

Segundo o diretor do GIE, delegado Cristiano Reschke, foram deferidos judicialmente o bloqueio de R$ 27 milhões nas contas dos investigados. Além disso, 29 pessoas tiveram as contas bancárias parcialmente bloqueadas.

“Para que todas as medidas fossem deferidas, foi demonstrado ao Poder Judiciário que os investigados praticavam lavagem de dinheiro. Laranjas foram utilizados para o registro de bens que, na prática, eram usufruídos pelos verdadeiros proprietários, aqueles que comandavam o esquema. A confusão patrimonial entre os envolvidos é imensa”, contou Reschke.

Michel Fontana

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