Sergio Agra / Escritor – Autor dos livros “Mar da Serenidade”, O Corpo de Gioconda” e “Ryujin, o Dragão Mágico
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Os Exilados da Terra – Por Sergio Agra

Sergio Agra / Escritor – Autor dos livros “Mar da Serenidade”, O Corpo de Gioconda” e “Ryujin, o Dragão Mágico
Sergio Agra / Escritor – Autor dos livros “Mar da Serenidade”, O Corpo de Gioconda” e “Ryujin, o Dragão Mágico

Não! Não enfrentei uma noite mal dormida, ainda que eu desperdice boa hora para conciliar o sono. Tampouco me assaltaram umbralinospesadelos. Eu, você que me lê e estádentre os honestos e trabalhadores brasileiros, na última década, não dispensamossomente às horas de sono para sermos vítimas, ao vivo e a cores(ou sob “os cinquenta tons de cinza”), do vampirismo, da rapinagem, do deboche e da ausência, por ínfimas que sejam, da moralidade e da ética do Governo Federal. das grandes empreiteiras e de seus “agenciadores”.

A civilização e seus sistemas político-econômico (capitalismo, comunismo, socialismo) e religiosos (fundamentalistas ou não) faliram.E nada resolve apontarmos o indicador em direção aos Céus e imputar ao Todo Poderoso – Deus, Yahweh ou Javé, Adonai, Allah, ou Alá – a culpa das mazelas. O nosso livre arbítrio, onde fica?
Vem-me à lembrança a primeira obra de Friedrich Nietzsche após o rompimento com o romantismo de Richard Wagner e o pessimismo de Arthur Schopenhauer.Nietzsche mergulha na Filosofia e na Epistemologia implodindo as realidades eternas e as verdades absolutas e nos alerta para a inocuidade da metafísica no futuro. Busca registrar o conceito de espírito livre, isto é, aquele que pensa de forma diferente do que se espera dele: o homem do futuro.Nietzsche sacode a humanidade nesse livro-resumo da história da Filosofia e do nascimento da Ciência, que não cumpriram seus papéis de criarem espíritos verdadeiramente livres, e que o homem precisa descobrir-se como Humano, Demasiado Humano.

Dispenso qualquer comentário sobre os abutres e achacadores – para dizer o mínimo – dos lesas-pátrias tupis-guaranis que infectam os sórdidos gabinetes dos Poderes Executivo e Legislativo (que com seus tentáculos tentam necrosar o Judiciário), das salas das presidências e diretorias de poderosas estatais e das megalômanas empreiteiras que transformaram a ética e a moral como reles merda diariamente descarregada nos putrefatos vasos e esgotos sanitários.

É prescindível o comentário – pela banalização, Meu Deus! – da violência urbana, cuja mola propulsora é o tráfico de drogas. Assalta-se, estupra-se, mata-se gratuitamente. O barbarismo chegou a extremos, a ponto de, após a colisão de dois trens no Rio de Janeiro, onde centenas de passageiros, feridos, caídos e gemendo pela dor da fratura exposta, das faces estilhaçadas, impotentes, assistiram a bandidagem invadir os vagões e apoderar-se dos seus pertences.

Aterroriza-nos, não apenas a crueldade com que os membros do Estado Islâmico (EI) – propagando que agem em nome de Alá, do profeta Maomé e ao que dita o Corão – divulgam em redes televisivas as barbáries da execução pela degola, pela forca ou disparos de metralhadora aos inimigos do Islã.

O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se converterem ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da religião e sob a lei charia (o código de leis islâmico). Aqueles que se recusam podem sofrer torturas e mutilações, ou serem condenados a pena de morte. O grupo é particularmente violento contra muçulmanos xiitas, assírios, cristãos armênios, yazidis, drusos, shabaks e mandeanos. O EI tem pelo menos quatro mil combatentes no Iraque que, além de ataques a alvos militares e do governo, já assumiram a responsabilidade por ataques que mataram milhares de civis. O Estado Islâmico tinha ligações estreitas com a Al-Qaeda até 2014, mas em fevereiro daquele ano, depois de uma luta de poder de oito meses, a Al-Qaeda – é até irônico, o roto criticando o descosido! – cortou todos os laços com o grupo, supostamente por sua brutalidade e “notória intratabilidade”.

A humanidade terrestre marcha, inexoravelmente, para a III Guerra Mundial. Estará 19 de julho de 2019, por isso, decretada como sua Data Limite?

Sergio Agra
agraeagra@terra.com.br

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