Memorial das Águas na Lagoa do Marcelino
Foto: Eliana Izaias

Osório inaugurou ontem, 07 de janeiro, o Memorial das Águas, no Prédio Institucional da Lagoa do Marcelino, local onde, até 1961, funcionou o porto da cidade.

A iniciativa tem como meta resgatar e mostrar um pouco da história da navegação lacustre em Osório, ilustrada em 20 fotos pertencentes ao Arquivo Histórico Municipal Antônio Stenzel Filho e diversos objetos relativos ao antigo Porto Lacustre, originais e réplicas.

Os painéis com as fotos e a reprodução dos objetos foi realizado pela equipe da Star Foto Fotografias, Denilson, Tiago e Sérgio Trespach. Os objetos originais fazem parte do acervo do museu do município e do DEPREC.

História do Porto Lacustre

Elemento importante para a economia do Litoral Norte foi o porto lacustre localizado às margens da Lagoa do Marcelino, em Conceição do Arroio (hoje, cidade de Osório), que havia se emancipado de Santo Antônio da Patrulha. Entre os distritos de Conceição do Arroio, estava o de Três Forquilhas, resultado de imigrantes alemães que haviam se transferido de São Leopoldo para o Litoral. Foram eles que tomaram a iniciativa de desenvolver a navegação pelos canais e lagoas da região para permitir que a produção das colônias chegasse aos centros comerciais.

Naquela passagem do século 19 para o 20, a navegação começava pela Lagoa Itapeva, onde desemboca o Rio Três Forquilhas, e se estendia até Osório (novos canais foram construídos no começo do século 20, resolvendo o problema de ligação entre os pequenos portos).

Ali, estava o porto lacustre, centro nervoso desse sistema. Já era possível então realizar um percurso de Torres a Osório totalmente por via fluvial. Restava a ligação Osório-Palmares do Sul, de onde se iria, novamente por via lacustre, fazer chegar até Porto Alegre a produção litorânea.

A questão foi resolvida com a construção, em 1921, de uma ferrovia que ligava o porto de Osório a Palmares do Sul, com 53 quilômetros de extensão. A ferrovia e os canais da Lagoa do Marcelino e Peixoto foram inaugurados oficialmente em 15 de novembro de 1921. A empresa, com esse complexo sistema de ligação entre lagoas por via fluvial e férrea, denominava-se Serviços de Transporte entre Palmares do Sul a Torres (STPT) e fazia parte do Plano Geral de Viação do Estado, concebido em 1913.

A região atingiu grande desenvolvimento sócio-econômico que atraiu gente até de Santa Catarina e chegou ao ápice na década de 40. Em dezembro de 1960, a empresa foi desativada e o porto desmantelado. Hoje a área está sendo revitalizada, com passeio na lagoa, e no centro da cidade há o museu da ferrovia.

Rodrigo Trespach

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