O título da crônica de hoje, Panis et circenses [ludi] significa “pão e jogos circenses”, expressão mais popularmente citada como pão e circo.
Esta foi uma política criada pelos antigos romanos, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes.
No Capão Fest somente a diversão (circense), com os shows musicais dos mais variados gêneros e para todos os gostos estará sendo gratuitamente provida. As iguarias, os chccolates e os comes-e-bebes (panis), por óbvio, terão seus custos.
A edição 2013 da Feira do Livro, sabidamente e a exemplo dos anos anteriores, contará com a participação de tradicionais livreiros e suas coloridas barracas, alegrando-nos os olhos, corações e mentes com o colorido do mais precioso e duradouro bem – o livro –,o qual poderemos nos dar ou presentear àqueles a quem endereçamos nossos melhores afetos.
Como já afirmara em ocasião outra, nem mesmo a tecnologia de ponta, com suas mais avançadas ferramentas há de se sobrepor ao livro. Até os recém iniciados na leitura, têm o deleite em manusear o exemplar, sentir sua textura, sentir o seu cheiro. Sim, o cheiro!
Quem já não se proporcionou a oportunidade de percorrer as estantes de uma verdadeira e unicamente livraria? Quem ainda não desfrutou da visita a uma grande biblioteca? Elas – livrarias e bibliotecas – são templos de portas abertas a todos que a elas acorrerem. E a Feira do Livro o meio facilitador e incentivador dessa ventura.
Nesta edição, a Feira, além das muitas atrações como oficinas, debates, palestras, apresentações teatrais, direciona mais intensamente o seu foco aos escritores locais.
Dentre os diversos autores já conhecidos, estarão autografando suas antologias os integrantes da Academia dos Escritoresdo Litoral Norte; Angélica Rizzi; Lauro Pereira da Cunha; Célia Vitorino (“Minha Rua”, “Meu Bairro”, 'Minha Cidade” e “Canibais da Natureza” livros infantis e infantojuvenis); Rodrigo Trespach, o Patrono da Feira, (“Passageiros no Kranich“); a Professora Mariza Simon dos Santos (“Síntese da História da Cultura Caponense”); e este colunista, com seus dois livros inéditos, (“O Corpo de Gioconda” – Crônicas; – e “Uma Casa Chamada Nazareth” – novela para adolescentes), ambos no sábado, 30 de março, às 17 horas.
Vamos curtir os eventos – Capão Fest e Feira do Livro de Capão da Canoa – sem aliciar a comunidade com o pão e o circo gratuitos que tem como serventia única emburrecer e tornar escravo o cidadão. Somente com educação e cultura os brasileiros podem deixar de precisar de doações e assim, se desligar desse vínculo com o “pão e circo”, pois estes são os meios para reduzir a pobreza. Precisamos de governos que não se aproveitem das carências de seu povo para obter crescimento pessoal, e sim que deseje crescer em conjunto.
