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Para sempre HPS

Rio de sol, de céu, de mar/
Dentro de mais um minuto estaremos no (Tom Jobim) Galeão.*

Não sou partidário da designação onomástica de prédios públicos com a de pessoas, vivas ou mortas, sobretudo, instituições que, na maioria das vezes, são únicas no município ou na região, como bibliotecas, teatros, hospitais, casas de cultura, ginásios de esportes, fundações. Corre-se – em não se tratando de um Érico Verissimo, Mário Quintana ou Osmar Fortes Barcellos, o “Tesourinha” –, o inexorável risco de gerações futuras sequer saberem quem foi o homenageado e o que este fez, se é que, realmente, o referido cidadão alguma coisa fez em prol do segmento representado pelo prédio ao qual lhe fora emprestado o nome.

Infelizmente, sempre haverá algum edil de poucas letras, nada afeito ao bom senso que, objetivando mais em ser simpático à família do finado, homenageará, se preciso for, com o nome deste até para cancha reta.

Ninguém cantou mais as belezas do Rio de Janeiro do que Vinicius de Morais e Tom Jobim. O primeiro tem seu nome em rua do bairro Ipanema, na Zona Sul daquela cidade. Já Tom Jobim empresta seu nome ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (o que mais, me digam, fez Tom em favor da aviação, além de compor O Samba do Avião?). Em Salvador – fazer o quê? – o Aeroporto Internacional se chama Carlos Eduardo Magalhães, filho do falecido “rei da Bahia”, ACM.

Ruas e avenidas são muitas, não importando a extensão da cidade, e cuja tendência sempre será a de se verem projetadas novas artérias. Nada demais, então, que se homenageie um ex-coleguinha de bancada que já partiu pros braços do Eterno, emprestando seu nome a um travessa, que seja, de cem metros. Prédios como aeroportos, bibliotecas e hospitais, hão de se reservar cuidados!

Por isso, precipitada, demagógica e descabida a idéia do infeliz vereador portoalegrense em propor o nome de Eliseu dos Santos em substituição (ou acréscimo, não importa!) ao de Hospital de Pronto Socorro. É um menosprezo, senão à comunidade, ao inconteste despreendimento dos renomados médicos que durante suas existências cruzaram os umbrais do HPS para o exercício de sua sacrossanta missão.

*Samba do Avião – Antonio Carlos Jobim

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