Parque Eólico de Osório começa a gerar energia

As primeiras 25 torres dos parques eólicos de Osório entram em operação nesta quarta-feira (28), com a conclusão da unidade de Osório, primeira das três que compõem o maior complexo eólico da América Latina. “A obra tem participação decisiva do Governo do Estado, com incentivos e trabalho decisivo que incluiu a visita à sede da empresa responsável pelo projeto, na Espanha”, destaca o governador Germano Rigotto, que deve participar do evento acompanhado pelo secretário de Energia, Minas e Comunicações, José Carlos Brack, representantes do Ministério de Minas e Energia, da Eletrobrás, bancos parceiros diretorias do grupo Elecnor e da subsidiária Ventos do Sul.

“Não paramos desde que assumimos o Estado, porque o Litoral Norte é uma região importante para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e possui um grande potencial de crescimento que precisa ser estimulado”, complementa o governador, para quem “este projeto de energia eólica servirá de exemplo”. O caminho para a consolidação da usina com geração de energia a partir do vento começou a ser aberto em setembro de 2003, quando Rigotto liderou missão gaúcha em viagem à Europa, para expor a empresários o potencial econômico do Rio Grande do Sul e sua capacidade de atração de investimentos na área de energia.

“Este é um marco muito importante na história da geração de energia do Brasil”, acrescenta Telmo Magadan, presidente da Ventos do Sul e diretor da CIP Brasil, co-societária do empreendimento ao lado da Enerfin Enervento e da Wobben Windpower, de bandeira germânica. O projeto do maior parque eólico da América Latina e sexto maior do mundo vai quintuplicar a energia eólica produzida atualmente no Brasil e prevê produção total de 150 megawatts, suficiente para o abastecimento de residências de 650 mil pessoas por ano.

A planta envolve investimentos de R$ 670 milhões – financiados por BRDE, Caixa RS, Banrisul e BNDES – para erguer 75 aerogeradores – cada um de dois megawatts de potência, 135 metros de altura (equivalente a um prédio de 45 andares) e 810 toneladas de peso – instalados em três parques: Osório, Sangradouro e Índios. Cada conjunto é formado por uma torre de concreto e um cata-vento com pás de 37 metros de raio.

O empreendimento foi aprovado na primeira fase do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), da Eletrobrás, que garante a compra de energia por 20 anos. Por reivindicação do Governo Rigotto, o governo federal adotou a cota de 20% na fonte eólica para cada Estado, o que possibilitou ao Rio Grande do Sul a conquista de três parques geradores de energia por meio dos ventos. Além dos 150 megawatts a serem produzidos pelo Parque Osório, devem ser gerados mais 70 megawatts pelo Parque Tramandaí e outros 7,5 megawatts pelo Parque Palmares do Sul.

Além de gerar energia limpa e inesgotável, o parque eólico de Osório serve como ponto de atração turística, com a abertura dos cata-ventos para visitação pública. O ponto elevado receberia duas pessoas de cada vez, que subiriam até o topo por um elevador interno. Uma das possibilidades é que a parte central do aerogerador, que segura as pás, seja transparente. Outro mirante será externo, localizado no Morro da Borússia, local onde os adeptos do vôo livre saltam de asa delta e paraglider, com entrada pelo quilômetro 98 da BR 101.

Com acesso pela rodovia BR 290, quilômetro 81, às margens da Lagoa dos Barros, o parque eólico de Osório também conta com um centro institucional, em parte elevada próxima aos aerogeradores. O prédio de mil metros quadrados terá espaço para palestras e reuniões, além de reunir todas as informações sobre o uso da mais moderna tecnologia do mundo empregada para construir o empreendimento.

“O centro institucional será voltado especialmente para empresários, profissionais da área e comunidade acadêmica”, define Alberto Martins Costa Pinto, executivo da Ventos do Sul, que, a título de compensação ambiental, repassa R$ 800 mil ao município de Osório. Os recursos serão utilizados para as obras de turismo, saneamento, infra-estrutura e educação ambiental.

A partir de janeiro de 2007, quando o parque começar a gerar energia em caráter comercial, o retorno de ICMS de Osório deverá sofrer incremento de 50%, de acordo com cálculos da prefeitura. A arrecadação do município alcançou R$ 40 milhões em 2005, devendo fechar em R$ 52 milhões até dezembro.

Comentários

Comentários