Variedades

Pesquisadores descobrem sete espécies de minissapos no Sul do Brasil

Brachycephalus leopardus (Luiz Fernando Ribeiro -Fundação Grupo Boticário)- Divulgação
Brachycephalus leopardus (Luiz Fernando Ribeiro -Fundação Grupo Boticário)- Divulgação

Pesquisadores vinculados à organização não governamental Mater Natura descobriram nas montanhas da Serra do Mar, entre os estados do Paraná e de Santa Catarina, sete espécies de minissapos do gênero Brachycephalus, cujo tamanho varia de 6 milímetros a 1 centímetro.

A descoberta foi publicada na revista científica PeerJ, em artigo assinado pelo ecologista Marcos Bornschein, da Universidade Federal de Minas Gerais, estudioso do gênero de sapos desde 1990. Assinam também os biólogos Márcio Pie, da Universidade Federal do Paraná, e Luiz Fernando Ribeiro, do Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.

Marcos Bornschein informou à Agência Brasil que, embora as espécies de sapinhos só possam a ser consideradas ameaçadas de extinção mediante reconhecimento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, para fins práticos, e face à sua sensibilidade às mudanças climáticas, os minissapos foram incluídos no Plano Nacional para a Conservação dos Anfíbios e Répteis Ameaçados da Região Sul do Brasil, do Ministério do Meio Ambiente.

A inclusão no plano é um reconhecimento de que as espécies estão ameaçadas de extinção, informou o pesquisador. O plano engloba ações prioritárias de conservação. Os novos de sapos não são vistos com facilidade, porque vivem escondidos sob as folhas acumuladas no solo da floresta.

Para a ciência, Bornschein disse que a descoberta é um passo importante porque, “com isso, agora, o gênero Brachycephalus passa de 21 para 28 espécies. São as primeiras [espécies] conhecidas em Santa Catarina”.

Segundo ele, é ampliada a “ocorrência até então conhecida desse grupo de sapinhos e isso mostra que muitas outras espécies poderão ser descobertas, não só de outros animais, mas do próprio grupo de anfíbios”. A descoberta, sustentou Bornschein, não encerra o projeto. “Significa que é preciso continuar a fazer”, disse.

Para o meio ambiente, Marcos Bornschein destacou que a descoberta das sete espécies de anfíbios em uma pequena região indica que muitas outras espécies de animais podem vir a ser encontradas no mesmo lugar, como insetos ou pequenos organismos que vivem no solo e dos quais os minissapos se alimentam.

“A gente ainda conhece pouco a mega biodiversidade brasileira. É um destaque para a necessidade de se continuar estudos de inventariação, estudos de mapeamento de biodiversidade”, destacou o pesquisador.

As novas espécies são Brachycephalus boticario, Brachycephalus mariaeterezae, Brachycephalus olivaceus, Brachycephalus auroguttatus, Brachycephalus verrucosus, Brachycephalus fuscolineatus e Brachycephalus leopardus.

A próxima etapa do projeto foi aprovada. Ela objetiva a busca de espécies novas e mais amostras das espécies descobertas agora. O início de coleta em campo é previsto para setembro próximo. Na primeira fase da pesquisa, feita em 2012, foram descobertas 15 espécies de sapos no Paraná, sendo três do gênero Melanophryniscus e 12 do gênero Brachycephalus.

Agência Brasil

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